Genocídio contra cristãos no Oriente Médio precisar ser reconhecido, segundo parlamentar sueco

Lars Adaktusson do partido Democrata-Cristão da Suécia escreveu em uma carta aberta, publicada pelo jornal sueco 'Svenska Dagbladet', que há evidências claras que o Estado Islâmico quer erradicar todas os cristãos dos territórios que capturou, no Iraque e na Síria.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 1 de dezembro de 2015 às 12:43

Um parlamentar europeu está trabalhando em uma resolução, na qual convoca os membros da União Europeia a reconhecerem que o grupo terrorista Estado Islâmico está cometendo genocídio contra os cristãos e outras minorias, e qua ajam de acordo com essa realidade.

Lars Adaktusson do partido Democrata-Cristão da Suécia escreveu em uma carta aberta, publicada pelo jornal sueco 'Svenska Dagbladet', que há evidências claras que o Estado Islâmico quer erradicar todas os cristãos dos territórios que capturou, no Iraque e na Síria.

Adaktusson lembrou de uma série de "ações letais [do Estado Islâmico] contra os cristãos no ano passado, as quais inclusive forçaram todos os cristãos a fugir da cidade iraquiana de Mosul, tendo suas casas marcadas com a letra do alfabeto árabe, correspondente ao 'N", a qual faz menção a Nazaré, cidade onde Jesus cresceu e foi criado.

"Assim como seus irmãos cristãos na Síria, os habitantes de Mosul fugiram do massacre brutal e mortal, promovido pelo Estado Islâmico. Quando confrontados com a ordem da patrulha de terroristas, para escolherem entre o pagamento de um imposto abusivo, se converter ao Islã ou a decapitação, um desenraizamento, a dramática fuga era a única saída", escreveu o parlamentar.

"Com igrejas de Mossul sendo esvaziadas, não havia mais cultos naqueles templos e, pela primeira vez em 1.700 anos, os sinos das igrejas foram silenciados. As pessoas fugiram, deixando suas casas, suas propriedades e suas tradições cristãs, mas também um património cultural de valor inestimável", adicionou.

Os líderes cristãos, no Vaticano, como Papa Francisco e também o pregador e evangelista, reverendo Franklin Graham, têm alertado que o que se está acontecendo com as minorias religiosas nestas regiões é um genocídio.

Enquanto o governo dos Estados Unidos reconheceu que o grupo minoritário Yazidi é realmente vítima de genocídio, tem sido menos disposto a designar o tratamento dos cristãos na mesma classificação.

O presidente Barack Obama pronunciou-se contra o "ato de genocídio" promovido contra yazidis, em resposta a um relatório publicado pelo Museu do Holocausto dos EUA, mas comentaristas, como Nina Shea, que é a diretora do Centro do Instituto Hudson para a Liberdade Religiosa, disseram que os cristãos não estão tendo o mesmo tratamento por parte do governo dos EUA.

"De acordo com o repórter investigativo Michael Isikoff, os yazidis vão ser oficialmente reconhecidos como vítimas do genocídio, e com razão. Contudo cristãos, que também estão entre os grupos religiosos minoritários mais vulneráveis ​​que têm sido deliberadamente e sem piedade alvo de erradicação por parte do EI, não estarão neste mesmo quadro", disse Shea no início de Novembro.

Adaktusson também apontou que em 10 anos, os cristãos no Iraque diminuíram de 1,5 milhões de pessoas em cerca de um terço, enquanto na Síria, pelo menos, um terço dos 600 mil cristãos do país fugiram devido à perseguição.

"O motivo básico que Estado Islâmico está claramente estabelecendo se refere a uma limpeza étnica e religiosa de tudo o que não se encaixa em sua própria definição restrita de 'Sunni salafismo'. Os assassinatos, estupros, seqüestros, a erradicação da história cultural e religiosa e a demanda para a apresentação destina-se a eliminar ou forçar o cristianismo", disse o membro dos Democratas-Cristãos.

Ele argumentou que os países europeus e o Conselho de Segurança das Nações Unidas muitas vezes levam muito tempo para reconhecer as atrocidades em massa que ocorrem em todo o mundo como um genocídio, e advertiu que, se há uma falta de ação dos líderes mundiais, os cristãos no Oriente Médio "só serão encontrados em livros de história".

"Para todos que se recusam a aceitar a perseguição contra os cristãos e grupos yazidis agora é hora de exigir ação e obter o apoio daqueles que estão de fato assistindo e levantando suas vozes", continuu Adaktusson.

"O único passo razoável agora é que os que tomam as decisões na Suécia e em outros países da Europa aceitem os fatos e reconheçam imediatamente que o Estado islâmico está cometendo genocídio", disse ele.

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