“Genocídio religioso”: Líder denuncia massacre de 70 cristãos decapitados no Congo

Mais de 6 milhões de pessoas foram mortas em 20 anos de conflito, a maioria eram cristãos.

Fonte: Guiame, com informações de The Christian PostAtualizado: terça-feira, 25 de fevereiro de 2025 às 15:42
Imagem ilustrativa. (Foto: UN Photo/Eskinder Debebe).
Imagem ilustrativa. (Foto: UN Photo/Eskinder Debebe).

Um líder que trabalha pelos cristãos perseguidos no mundo afirmou que a onda de violência causada por terroristas islâmicos na República Democrática do Congo (RDC) é um genocídio religioso.

Na semana passada, 70 cristãos foram decapitados dentro de uma igreja protestante na província de Kivu do Norte, depois de ser mantidos reféns por vários dias dentro do templo por militantes das Forças Democráticas Aliadas (ADF) – um grupo terrorista ligado ao Estado Islâmico.

“Este recente massacre, onde 70 cristãos perderam a vida, não é um incidente isolado, mas parte de uma tapeçaria sombria de violência que custou mais de 6 milhões de vidas na RDC ao longo de duas décadas de guerra intermitente", afirmou Jeff King,  presidente da International Christian Concern (ICC), ao The Christian Post.

"A grande maioria dos residentes do Congo são cristãos, então este é um genocídio religioso realizado por terroristas islâmicos radicais”, denunciou o líder.

Antes mesmo do ataque, escolas, igrejas e centros de saúde precisaram fechar devido à situação de caos e insegurança na província de Kivu do Norte. Muitos cristãos já fugiram da área para poupar suas vidas.

Conflito de 20 anos

A região nordeste do Congo sofre as consequência do conflito entre os grupos terroristas ADF e M23 com as forças do governo, que já dura décadas.

Desde 2014, a ADF intensificou os ataques na área. Somente no mês passado, o grupo matou mais de 200 pessoas na cidade de Baswagha.

Só em 2024, a violência causou o deslocamento de 10.000 pessoas, com muitas vilas cristãs ficando totalmente desertas, e 355 cristãos foram mortos por sua fé, de acordo com dados da Portas Abertas.

Jeff King defendeu uma intervenção militar no Congo para restabelecer a paz e evitar novas vítimas.

"É hora de mais do que orações; exigir uma força militar totalmente africana para intervir neste estado falido, para restaurar a ordem e salvar inúmeras outras pessoas de se tornarem vítimas deste ciclo interminável de derramamento de sangue”, declarou.

Um relatório anterior do Departamento de Estado dos EUA informou: "As Forças Democráticas Aliadas (ADF) continuam a atacar civis indiscriminadamente nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, ocasionalmente visando igrejas e líderes religiosos. A violência atingiu todas as comunidades, mas a maioria das vítimas eram cristãs, a maioria religiosa".

Desde o início do conflito em 1998, se estima que mais de 6 milhões de pessoas foram mortas. Há cerca de 7 milhões de deslocados internos no país, a maior população deslocada do mundo.

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