Idoso cristão é esquartejado durante ataque de extremistas islâmicos na Nigéria

Além do idoso de 87 anos, outro homem de 48 anos também foi assassinado a tiros durante o ataque a uma vila de maioria cristã.

Fonte: Guiame, com informações da Morning Star NewsAtualizado: quarta-feira, 20 de novembro de 2019 às 13:20
Velório de cristãos mortos em ataque recente, na vila de Agom, em Kaduna, Nigéria. (Foto: Morning Star News)
Velório de cristãos mortos em ataque recente, na vila de Agom, em Kaduna, Nigéria. (Foto: Morning Star News)

Um cristão de 87 anos de idade foi morto e esquartejado com um facão e outro foi morto a tiros no estado de Kaduna, na Nigéria, por radicais Fulani na semana passada, segundo relatou uma fonte local.

Um morador da aldeia predominantemente cristã de Agom disse à agência de defesa da Igreja Perseguida, 'Morning Star News', que um grupo de pastores atacou a área por volta das 16h30 (horário local) da última quinta-feira (14). O resultado, ele disse, foi a morte de Monday Kura, de 87 anos, e Emmanuel Agom, de 48 anos.

Segundo o morador, que se identificou como Gabriel Yakubu, Kura e Agom foram mortos enquanto dormiam. Ambos foram confirmados como membros da Igreja Evangélica Reformada de Cristo.

"Precisamos de suas orações, pois minha vila está pegando fogo e não estamos recebendo nenhuma proteção do governo", afirmou Yakubu.

O ataque em Agom segue vem em uma sequência de outras ações criminosas deste ano contra comunidades agrícolas predominantemente cristãs em Kaduna e outros estados do Cinturão Médio da Nigéria que teriam sido realizados por pastores (criadores de gado) radicais Fulani.

Os pastores Fulani são pessoas nômades ou semi-nômades que há décadas se envolvem em conflitos e disputas com as comunidades agrícolas.

Mas, nos últimos anos, houve um aumento notável em ataques mortais durante a noite a comunidades agrícolas. Milhares de pessoas foram mortas e inúmeras aldeias foram arrasadas desde o início de 2018.

Enquanto o governo nigeriano e alguns ativistas de direitos humanos afirmam que a violência se deve a um conflito entre criadores de gado e agricultores que se arrasta por décadas, os defensores das comunidades cristãs afirmam que muitos extremistas Fulani foram armados e radicalizados para realizar ataques mortais contra comunidades cristãs completamente desarmadas.

Além disso, os defensores da Igreja Perseguida na região afirmam que os responsáveis ​​pelos ataques não estão sendo responsabilizados pelos governos locais ou federais, embora o Índice Global de Terrorismo mostre que os radicais Fulani são uma das forças de terror mais mortais na Nigéria.

Contexto
Embora tenha havido vários ataques relatados em Kaduna este ano, Yakubu disse ao Morning Star News que o ataque da última quinta-feira foi o primeiro que sua vila sofreu. A vila de Agom está localizada na zona rural de Sanga.

Em março passado, 10 cristãos foram mortos e 30 casas foram destruídas em outro ataque que ocorreu em Sanga. Naquela época, a ocorrência foi na vila de Nandu Gbok.

No primeiro trimestre de 2019, centenas de pessoas foram mortas, enquanto muitas casas e edifícios foram destruídos por vários ataques de Fulani no estado de Kaduna. Os relatórios sugerem que a violência Fulani em Kaduna no início de 2019 pode ter sido em retaliação por um ataque anterior realizado contra Fulanis em suas terras.

A violência ficou tão grave em Kaduna este ano que o governador Nasir El-Rufai impôs um toque de recolher ao entardecer na problemática área do governo local de Kajuru.

A Nigéria é o 12º pior país do mundo quando se fala sobre perseguição aos cristãos, de acordo com a Lista de Vigilância Mundial de 2019 da Portas Abertas (EUA).

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