Há muitos lugares no mundo onde existe pobreza, mas o distrito de Kyegegwa, a oeste de Uganda é uma região da África devastada por uma das maiores taxas de violência étnica do planeta. Esse dado persegue a região há décadas. Lá existe um acampamento de refugiados denominado “Kyaka 2”, que serve de lar para mais de 50 mil refugiados do leste da República Democrática do Congo.
A situação é bastante precária. O cenário é caótico, pois centenas de milícias causam estragos nas comunidades. Eles vão de aldeia em aldeia e praticam todo tipo de maldade. Assassinam, estupram mulheres e crianças e roubam as choupanas. O lugar é descrito como a “capital da violação do mundo”. Sabe-se que 48 mulheres são violentadas a cada hora e 65% das vítimas da violência sexual são crianças.
Além disso, segundo as últimas estatísticas, até mesmo no acampamento de Kyaka 2, 10% das crianças são violentadas pela milícia. Ao perceber tamanha crueldade, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) Uganda, com o apoio da Adventist Help, abrirá um hospital com doações. O projeto terá início em agosto de 2018.
Situação de caos
Para esclarecer, é preciso entender que dezenas de milhares de crianças já foram sequestradas para atuar como soldados, nesta região. Elas são vítimas de tráfico humano, prostituição forçada e escravidão. Sem dúvidas, é uma das regiões mais perigosas do mundo.
Para se ter uma ideia, somente no ano passado, a escala da violência deu lugar a um deslocamento maior de 2,7 milhões de pessoas. Além disso, há uma crise de fome que já atinge mais de cinco milhões de crianças. Essas crianças estão em um grave estado de desnutrição, sendo uma das taxas mais altas do planeta. Sem falar do pior surto de cólera em décadas.
Todos esses fatores causam um êxodo, mas para sanar esta situação, a igreja pretende repetir o êxito do hospital construído em Mosul, Iraque, que desde o ano passado atendeu mais de 50 mil pacientes refugiados. A ADRA Uganda convidou voluntários da Adventist Help para colaborar no desenvolvimento de uma unidade de campanha ainda maior para os congoleses que entraram em Uganda.
Lugar de refúgio
Sabe-se que foi concedido para o projeto uma área de 12.000 m² no acampamento central de Kyaka 2, pelo escritório do primeiro-ministro. O espaço fica no principal ponto de chegada dos ônibus com os refugiados.
Lá, as estatísticas de saúde são péssimas até mesmo quando comparadas com a de países como Somália. O local tem instalações de saúde extremamente limitadas por conta da falta de infraestrutura. Equipara-se ao Iraque, mas com uma população maior, com menos instalações e com muitos indícios de doenças infecciosas.
O hospital deverá ter 100 leitos, com uma ala para homens, mulheres e pediatria, uma sala de parto e instalações de isolamento. Também haverá uma sala de emergência bem equipada, com unidade de raio X e ultrassom, laboratório, unidade para pacientes ambulatoriais, incluindo saúde dental e mental, e duas salas de cirurgia, sendo uma exclusiva para obstetrícia.
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