A 'Emanuel Church' - uma grande igreja a leste de Cuba, filiada ao Movimento Apostólico, uma denominação protestante não registrada - foi demolida pelas autoridades no dia 5 de Fevereiro. Além da demolição, as autoridades também prenderam centenas de membros da igreja.
A propriedade do reverendo Alain Toledano em Santiago de Cuba foi cercada por funcionários, incluindo membros da polícia, a segurança do Estado e os militares por volta das 05h, no dia 5 de fevereiro. A polícia também prendeu a esposa do pastor, Marilín Alayo Correa, antes de demolir tanto a igreja quanto a casa pastoral.
A destruição da igreja segue outras demolições semelhantes de dois outros templos do Movimento Apostólico, que ocorreram nas províncias de Camaguey e Las Tunas no dia 8 de janeiro.
Durante o dia 5 de Fevereiro, aproximadamente 200 pessoas - entre líderes e membros da Igreja Emanuel - também foram presas. Um grupo de cerca de 40 pessas foi mantido em uma escola local, enquanto o restante foi levado para delegacias de polícia em toda a região para impedi-las de protestar contra a demolição. Os líderes da Igreja relataram que muitos foram espancados enquanto estavam sendo detidos. O governo tem repetidamente se recusado a registrar a denominação 'Movimento Apostólico'.
O reverendo Toledano estava nos Estados Unidos, participando de um evento religioso no momento que as autoridades do governo cubano realizaram as ações contra a igreja. Ele disse à organização 'Christian Solidarity Worldwide' (CSW), que ele acredita que o governo cubano intencionalmente aguardou para realizar as ações de despejo e demolição para alguma data que ele estivesse fora do país. Ele também expressou preocupação com relação ao impacto destas ações sobre suas filhas, com idades entre 11 e 12, que, segundo ele, estavam gritando enquanto testemunhavam a mãe sendo presa.
Segundo o pastor, esta é a segunda vez que ele e a família têm sua casa e a igreja atacadas. Em 2007, o governo cubano realizou uma operação significativa para destruir a igreja, também localizada no bairro de Abel Santamaria de Santiago. Na época, a comunidade cristã tinha cerca de 700 membros.
Os líderes da igreja disseram à CSW que a igreja e casa da família do pastor foram totalmente destruídas. Além disso, o governo confiscou bens pertencentes à igreja, incluindo bancos, cadeiras, equipamentos de áudio, um piano e outros instrumentos musicais. Mais de 1.000 blocos de cimento também foram confiscados, apesar do fato de que a família Toledano tem documentos que mostram que tudo foi comprado legalmente.
A propriedade da igreja está no nome do Reverendo Toledano e o governo tinha aprovado a construção de obras de renovação e outros edifícios. No entanto, o reverendo Toledano notificou a CSW sobre numerosas ameaças de despejo da igreja e fechamento do templo que ele recebeu ao longo de 2015. Estas ameaças incluíram teriam sido feitas por três homens que afirmam ser funcionários do governo em 13 de outubro de 2015. Em resposta às ameaças, a igreja organizou um "revezamento de guarda" entre os membros, desde 13 de Novembro 2015, para que o templo permanecesse sob vigilância 24 horas por dia. No entanto, estes esforços foram recebidos com uma ordem de despejo, emitida pelo funcionários de Planejamento e Habitação do governo, duas semanas depois.
O chefe executivo da CSW, Mervyn Thomas disse: "Estamos extremamente perturbados ao saber desta última demolição da igreja pelas autoridades cubanas, de uma forma semelhante à destruição das duas igrejas do Movimento Apostólico em 8 de janeiro. Também estamos extremamente preocupados com a família do reverendo Toledano e sua esposa Marilín, que viu a sua casa arrasada como parte desta destruição".
"Esta série de demolições desde o Ano Novo indica uma preocupante escalada em termos de violações da liberdade de religião ou crença em Cuba. Mais uma vez, apelamos à comunidade internacional para atentar para a demolição destas três igrejas, as detenções em massa de pastores e membros da igreja, bem como outras ameaças contra cristãos em Cuba. É uma questão de urgência. Continuamos a exortar a União Europeia e os EUA a fazerem mais pela liberdade de religião ou crença, colocando esta causa como um componente central de seus diálogos com Cuba e insistir na melhoria nesta área", acrescentou.
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