Quase toda a população de Nagorno-Karabakh fugiu para a Armênia, após o fim da região independente.
No dia 28 de setembro, o governo da autodeclarada República de Artsakh anunciou que "deixaria de existir" a partir de 1º de janeiro de 2024, depois de 30 anos de conflitos entre o Azerbaijão e a Armênia.
O Azerbaijão anexou a região ao seu território e a população armênia-karabakh (de maioria cristã) fugiu, temendo a perseguição e a violência dos azaris, que são muçulmanos.
Em meio à crise migratória, as igrejas evangélicas na Armênia estão ajudando os milhares de refugiados que chegaram ao país.
Segundo o pastor local Craig Simonian, 120 mil armênios étnicos viviam em Nagorno-Karabakh. “108 mil deles se registaram na Armênia esta semana. As populações de algumas cidades e vilas cresceram 10%”, disse ele, ao CNE News.
Mais de 100 mil pessoas fugiram para a Armênia. (Foto: Reprodução/YouTube/CBN News).
A maioria dos refugiados foram para a capital Yerevan e estão lutando para recomeçar suas vidas.
“Um terço dos armênios vivem aqui, por isso há uma grande probabilidade de as pessoas terem os seus familiares aqui”, explicou Craig.
“As pessoas ficam com parentes e em casas vazias. Os proprietários de casas também reduziram seus aluguéis. Outros vivem em acampamentos usados durante o verão e em edifícios escolares e religiosos”.
Evangélicos mobilizados
O pastor relatou que as igrejas estão mobilizadas em ajudar os refugiados. Craig disse que não conhece uma igreja que não esteja cuidando dos deslocados.
“Os 85 mil evangélicos talvez estejam respondendo mais rapidamente do que os católicos porque são mais ativos. Mas todo refugiado que for para uma igreja católica receberá ajuda”, afirmou.
O líder local lembrou que Nagorno-Karabakh é considerado o primeiro país cristão do mundo. “É ainda mais velho que Roma. Até dois discípulos de Jesus foram enterrados aqui como mártires: Bartolomeu e Tadeu”, observou.
“Limpeza étnica”
Para Craig, o fim do Karabakh se trata de uma “limpeza étnica” por parte do Azerbaijão.
“As pessoas foram expulsas de suas terras. Os armênios vivem lá há séculos. Além disso, na União Soviética, era uma região autônoma. Não é uma terra disputada e Artsakh não é uma república separatista”, destacou.
O pastor teme que a herança histórica cristã da região seja destruída. “Nosso povo sempre construiu igrejas lá. Elas sempre foram usadas para adoração. Mas os azeris muçulmanos irão derrubá-las ou convertê-las em mesquitas”, afirmou.
Craig Simonian – que tem dupla cidadania armênia-americana e já serviu como pastor nos Estados Unidos – criticou os líderes do ocidente por não aplicarem sanções contra o Azerbaijão.
“Alguns congressistas estão falando sobre isso, mas ainda não tomaram medidas. Além disso, a União Europeia usou uma linguagem forte, mas não fez nada”, ressaltou.
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