Igrejas de todo o mundo aderem ao Domingo Mundial dos Refugiados

Igrejas de todo o mundo aderem ao Domingo Mundial dos Refugiados

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:07
No último domingo, 16/06, igrejas cristãs em várias partes do mundo celebraram o Domingo Mundial dos Refugiados. Neste ano, serão dois dias separados para esta oportunidade (além do dia 16, que já passou, o dia 23/06 também está programado para esta eventualidade).
 
Organizada pela Refugee Highway Partnership, a iniciativa propõe que as igrejas se coloquem em oração por aqueles que deixam os seus países de origem para começar uma nova vida em terras estrangeiras.
 
O presidente da instituição que organiza a iniciativa falou em entrevista à Associação Nacional de Juristas Evangélicos – ANAJURE sobre os objetivos e expectativas destas celebrações. 
 
Segundo Brian O’Connell, ainda é cedo para relatar como foram estes cultos nas igrejas, pois eles se espalharam por todo o mundo. Porém avaliou os avanços desta causa e o apoio que tem recebido das comunidades cristãs.
 
Confira a entrevista na íntegra:
 
Qual o principal objetivo da celebração do Domingo Mundial do Refugiado?
Brian O’Connell: O principal objetivo do Domingo Mundial do Refugiado é aumentar a conscientização dentro da igreja global quanto à situação de mais de 50 milhões de pessoas forçadamente desalojadas no mundo.  Nós queremos que a igreja traga encorajamento a eles através da oração, e desafie as congregações a ver esta como uma oportunidade para o ministério. Se estamos tratando de abrigar pessoas em mudança, ajudando refugiados no processo, ou envolvidos em reassentamento, virtualmente todo país ou cidade tem uma oportunidade. Além disso, queremos promover a colaboração e a parceria como estratégia para assisti-los. O desafio é muito grande e maior do que uma entidade é capaz de resolver. Mesmo as Nações Unidas reconhecem isto e tem pedido à comunidade da fé para trabalhar junto com eles neste problema.

Quando surgiu a ideia de criar o Domingo Mundial do Refugiado?
 
BO: O Refugee Highway Partnership (RHP) veio da histórica junção de líderes evangélicos em Izmir, Turquia, em outubro de 2011. Era consenso no grupo de que necessitávamos trabalhar juntos para responder ao crescente desafio dos refugiados. A meta da parceria era criar um espaço para cooperação e catalisar a igreja para um maior envolvimento. Uma vez que nós solicitamos os recursos, o Domingo Mundial do Refugiado foi inicialmente lançado pela RHP em 2007. Nós o conectamos ao Dia das Nações Unidas do Refugiado (20 de junho) com os domingos anterior e posterior a esta data, servindo de oportunidades para a igreja fazer alguma coisa.

O que chamou sua atenção para lutar por esta causa?
 
BO: Meu envolvimento inicial veio pela preocupação ao ver Cristãos sendo perseguidos ou forçados a deixar seu país. Nós queremos servir à família de Cristo. Embora isto seja apenas parte do desafio dos refugiados, a questão maior de como servirmos a todas estas pessoas – e fazer isto trabalhando juntos – chamou a minha atenção.
 
Qual o potencial da realização desse evento?

BO: O fato de nós termos tantas línguas envolvidas nos fez enxergar maior potencial. Países como Índia e China estão participando este ano pela primeira vez de forma concreta e isto tem sido muito encorajador. O Brasil também está envolvido este ano de uma forma mais efetiva – assim como as outras partes da América Latina. 

Como a iniciativa resulta em ajuda aos refugiados?

BO: A RHP quer ajudar a igreja a entender sua responsabilidade bíblica para ajudar "a viúva e o órfão" neste mundo. Infelizmente, muitas pessoas vêem essas pessoas como uma ameaça, temendo que suas diferenças possam trazer potencial impacto econômico negativo. Em vez disso, como cristãos, queremos vê-los como Jesus os vê - pessoas com necessidades e capacidade, assim como nós! Muitos refugiados vêm de culturas e tradições que foram resistentes ao Evangelho. Porque eles estarem em tal necessidade, muitas vezes são muito mais abertos à mensagem do Evangelho do que eram anteriormente. Além disso, muitos refugiados são cristãos que vêm para as nossas comunidades com uma energia tremenda. Na realidade, eles podem nos ajudar, tanto quanto nós ajudá-los!

Como Presidente da RHP, qual é a sua opinião sobre a principal dificuldade enfrentada pelos refugiados e seus defensores?
 
BO: Há tantos problemas e tantas coisas diferentes, na estrada dos refugiados, que identificar apenas um desafio é uma grande dificuldade. Um dos mais significativos seria apenas o incentivo que as pessoas precisam, quando são forçadas a deixar tudo para trás - sua terra natal, sua reputação, suas profissões, e às vezes sua família. Eles então, tem que enfrentar um futuro incerto e o desafio de entrar em uma nova cultura (se é que tem essa oportunidade). Estamos aprendendo a trabalhar melhor em conjunto com aqueles que tentamos ajudar. Estamos aprendendo a colocar de lado nossas pequenas diferenças em relação a coisas como tradições teológicas e juntos, enfrentar os maiores desafios do nosso mundo, incluindo a questão dos refugiados. Trabalhar em conjunto é a estratégia que Jesus nos chama atenção em João 17 - todos unificados como o Corpo de Cristo!

Para mais informações sobre o Domingo Mundial dos Refugiados, acesse: www.refugeehighway.net .

Com informações da Assessoria de Imprensa – ANAJURE
 

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