Nesta terça-feira (19), a Missão Portas Abertas divulgou que a jovem cristã Leah Sharibu, de 18 anos, ainda está viva, após quase 4 anos de seu sequestro pelo grupo terrorista Boko Haram na Nigéria.
De acordo com a organização que monitora a perseguição religiosa pelo mundo, o pastor nigeriano Gideon Para-Mallam confirmou que testemunhas viram a menina em cativeiro do Boko Haram.
“De três fontes, posso confirmar que Leah ainda está viva. Não posso entrar em muitos detalhes, mas uma das minhas fontes, que foi recentemente libertada do cativeiro do Boko Haram, confirmou que Leah ainda estava viva. Ela a viu”, disse o pastor à Portas Abertas.
Gideon também afirmou que Alice Ngaddah, uma enfermeira cristã do UNICEF que foi sequestrada pelo Boko Haram nove dias após o sequestro de Leah, também está viva, assim como outras mulheres raptadas pelos extremistas.
“Já se passaram quase quatro anos desde o sequestro de Leah. Que experiência traumática para essa adolescente. Mas somos gratos a Deus por ela ainda estar viva. A notícia de que ela está viva deve encorajar nossos corações a permanecer esperançosos de que um dia Leah será libertada”, declarou o pastor.
Perseguida por se recusar a deixar Cristo
Em 19 de fevereiro de 2018, militantes do Boko Haram atacaram a Escola Técnica e Científica de Meninas do Governo da Nigéria em Dapchi, no estado de Yobe, sequestrando 110 meninas.
Em março do mesmo ano, o grupo islâmico libertou 104 meninas, mas 5 estudantes foram mortas no cativeiro. A única a não ser devolvida foi Leah Sharibu por se recusar a abandonar a fé cristã e se converter ao islã.
“Desde então, tem havido relatos de que ela foi forçada a se converter e se casar com um dos comandantes do Boko Haram, e que ela deu à luz um filho dele”, afirmou a Portas Abertas.
Em agosto de 2018, durante negociações com o governo nigeriano, o Boko Haram divulgou uma foto de Leah usando um hijab (vestimenta islâmica) e um áudio como provas de que a menina estava viva.
Em outubro de 2018, o Boko Haram voltou a dar notícias de Leah. Em vídeo, os radicais disseram que a menina e a enfermeira cristã Alice Loksha Ngaddah não seriam libertas, mas seriam escravizadas pelo resto de suas vidas e que os terroristas fariam o que quisessem com elas.
Porém, em 15 de janeiro de 2020, uma refém libertada pelos extremistas trouxe boas notícias sobre a situação de Leah à sua família. Jennifer Ukambong Samuel, que trabalha para a Action for International Medical Alliance e que foi sequestrada em 22 de dezembro de 2019, afirmou que Leah e a enfermeira Alice estavam vivas.
Segundo Jennifer, as duas tinham suas próprias casas na floresta do Boko Haram e tinha visitado ambas.
Descaso do governo
Rebecca Sharibu mostra uma fotografia que mostra sua filha Leah (à esquerda). (Foto: Chika Oduah).
A mãe de Leah, Rebecca Sharibu, afirmou que o governo nigeriano não tem tomado medidas para recuperar Leah e tem ignorado os pedidos de ajuda da família.
“Quando minha filha foi levada embora em fevereiro de 2018, não tive notícias do governo. Não tive notícias de ninguém até sete meses depois. Foi então que foi lançado um vídeo dela em um hijab. O Boko Haram divulgou um vídeo dizendo que eles mataram um profissional de saúde e que a próxima pessoa a ser morta seria Leah. Então, a Fundação Leah organizou uma coletiva de imprensa mundial em Jos”, explica ela.
E continuou: “Pedimos ajuda ao mundo porque a próxima pessoa que o Boko Haram disse que matariam foi minha filha. Dissemos que não tínhamos ouvido o governo ou qualquer pessoa da família e que, no que nos diz respeito, estávamos convocando a comunidade internacional a implorar ao governo nigeriano que tomasse medidas”.
A mãe de Leah disse que foi apenas na noite da entrevista coletiva que o presidente entrou em contato pela primeira vez.
“Depois de falar comigo, o presidente prometeu que faria todo o possível para trazer Leah de volta. Duas semanas depois, ele enviou três ministros liderados pelo Ministro da Informação, Lai Mohammed, com uma delegação muito grande e a mídia para dizer que muito em breve, Leah seria encontrada. Eles tiraram fotos e espalhou-se por toda a mídia que o presidente enviou os ministros”, denunciou.
Depois disso, em outubro de 2020, a família recebeu a visita da Ministra da Mulher, Paulen Tallen, com uma mensagem do presidente, dizendo que ainda estava trabalhando para cumprir a promessa de resgatar Leah.
Desde essa ocasião, os pais da menina não tiveram mais informações sobre sua situação. Rebecca acredita que a filha ainda não foi libertada por causa da sua fé cristã.
“Todas as outras garotas que foram levadas eram muçulmanas e todas foram libertadas. Mas minha filha ainda está em cativeiro, acredito, por causa de sua fé. Se não, por que ainda não libertaram minha filha? Que crime ela cometeu? Ela apenas se recusou a renunciar à sua fé cristã”, questionou.
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