A Mercy Ships, uma organização cristã de ajuda humanitária, anunciou que a construção de seu novo navio-hospital entrou em fase final. O 'Global Mercy' poderá hospedar 800 profissionais voluntários, de médicos a professores, para levar saúde gratuita a milhares de pessoas na África e outros locais escassos.
É a primeira vez que a Mercy Ships, fundada há mais de 40 anos, constrói um navio desde o início especialmente como um hospital flutuante. A nova embarcação será capaz de oferecer atendimento cirúrgico a 5.800 pessoas todos os anos, mais do que o dobro do Africa Mercy, o navio icônico usado pela organização nas últimas quatro décadas.
O navio de 37 mil toneladas e 174 metros terá seis salas de cirurgia, quase 200 leitos hospitalares e abrigará mais de 600 voluntários de todo o mundo, entre tripulação, médicos, cozinheiros, professores, eletricistas e outras profissões.
Além da estrutura para atendimentos médicos, o Global Mercy será equipado com espaços de treinamento de última geração, laboratório de simulação com realidade virtual e aumentada e espaço de atendimento pós-operatório, que permite que os instrutores simulem as condições e limitações locais para ensinar as melhores práticas em ambientes com poucos recursos.
A embarcação também terá um auditório com 682 assentos, academia para estudantes, academia de ginástica, piscina, café, loja e biblioteca. É projetado para acomodar até 950 tripulantes a bordo quando atracado no porto.
Mais de 93% da população da África subsaariana não tem acesso a procedimentos cirúrgicos seguros e em tempo hábil. De acordo com o relatório Lancet Global Surgery 2030, quase 17 milhões de pessoas morrem anualmente devido à falta de acesso a cuidados cirúrgicos.
“Como a COVID-19 ameaça a estabilidade dos já frágeis sistemas de saúde em todo o mundo, a necessidade de oferecer serviços básicos para salvar vidas é maior do que nunca, especialmente em países com renda baixa a média”, diz a organização.
O navio Global Mercy poderá oferecer atendimento cirúrgico a 5.800 pessoas todos os anos. (Foto: Divulgação/Mercy Ships)
Gerardo Vangioni, presidente da Mercy Ships na Espanha, falou sobre o Global Mercy em entrevista ao Areópago Protestante, dizendo que o novo navio, assim como o Africa Mercy nos anos 1980, é um “sonho que se tornou realidade”.
“Nosso objetivo, assim como Jesus Cristo, é amar e servir as pessoas que precisam, e fazemos isso de graça”, disse Vangioni.
Além do apoio financeiro, que tem sido viabilizado através de “milhares de pessoas, igrejas e empresas”, Vangioni considera a oração como uma chave para a missão. “Nada acontece sem oração”, destaca.
Os voluntários costumam embarcar no navio em seu período de férias ou licença de trabalho — 14 dias é o período mínimo necessário. Devido à rica variedade de origens nacionais da tripulação, é preciso saber se comunicar em inglês para iniciar o processo de inscrição. Os custos são de responsabilidade dos voluntários.
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