Mais de 16.000 cristãos foram mortos em 4 anos na Nigéria

O estudo do Observatório para a Liberdade Religiosa na África revelou que os cristãos foram assassinados por grupos terroristas, como a milícia Fulani e o Boko Haram.

Fonte: Guiame, com informações de The Christian PostAtualizado: segunda-feira, 2 de setembro de 2024 às 15:56
Imagem ilustrativa. (Foto: Flickr/UNHCR).
Imagem ilustrativa. (Foto: Flickr/UNHCR).

Mais de 16.000 cristãos foram mortos em apenas quatro anos, entre 2019 e 2023, na Nigéria, segundo um relatório recente.

O estudo realizado pelo Observatório para a Liberdade Religiosa na África foi divulgado na última quinta-feira (29) e mostrou que os seguidores de Cristo foram vítimas de violência mais do que adeptos de outras religiões no país africano.

O relatório registrou 55.910 mortes em 9.970 ataques, incluindo civis e combatentes, no período analisado. Entre as vítimas, 30.880 eram civis. 

O número de cristãos assassinados totalizou 16.769, superando o número de vítimas muçulmanas (6.235). 55% dos ataques mortais contra os crentes foram realizados por pastores Fulani radicais. O restante dos ataques foram feitos por outros grupos terroristas, como o Boko Haram e o Estado Islâmico na áfrica Ocidental (ISWAP).

"Por mais de uma década, as atrocidades contra civis na Nigéria foram minimizadas. Isso provou ser um grande obstáculo para aqueles que buscam entender a violência", afirmaram os pesquisadores no relatório.

“A milícia étnica Fulani tem como alvo as populações cristãs, enquanto os muçulmanos também sofrem severamente em suas mãos", relatou o reverendo Gideon Para-Mallam, analista do observatório, em um comunicado. 

8 ataques terroristas por dia

O estudo ainda revelou que em sequestros, cristãos raptados são tratados com mais severidade do que muçulmanos, sofrendo tortura e maior risco de execução.

Em média, oito ataques extremistas aconteceram por dia, de 2019 a 2023, na Nigéria. A violência se tornou tão recorrente, que houve relatos de crianças dormindo em árvores, temendo os ataques noturnos.

A maioria das mortes aconteceram durante ataques a comunidades. As regiões Noroeste, Centro-Norte e Nordeste do país foram as áreas mais atingidas.

O relatório ainda criticou o governo nigeriano por falhar em não proteger os civis nas regiões mais críticas.

“O governo deve acordar para sua responsabilidade de proteger as vidas e propriedades dos nigerianos. A impunidade permitiu que ataques direcionados contra pessoas inocentes continuassem inabaláveis", conclui o relatório.

A Nigéria continua a ser a nação mais mortal do mundo para quem decide seguir a Cristo. Só no período entre outubro de 2022 a setembro de 2023, 4.118 cristãos foram mortos por causa de sua fé, conforme relatórios da Portas Abertas, sem contar os sequestros, ataques a igrejas, casas e escolas cristãs.

O país ocupa a 6ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas de países mais difíceis para ser cristão.

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