Mais de 20 cristãos são presos por realizarem culto a céu aberto, na China

Os cristãos foram presos porque a lei proíbe o evangelismo fora dos locais religiosos registrados pelo Estado.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 31 de outubro de 2018 às 15:05

Cristãos participam de culto na China. (Foto: China Aid)

Pelo menos 20 cristãos foram presos pela polícia na província de Sichuan, sul da China, enquanto eles estavam evangelizando e realizando um culto ao ar livre.

A organização ‘China Aid’, um importante grupo que tem denunciado a perseguição ao cristianismo, informa que mais de 20 cristãos foram presos e detidos em duas delegacias separadas em 20 de outubro por fazerem “proselitismo” em uma rua pública e realizar um culto em um parque público.

Os cristãos detidos faziam parte de uma equipe de evangelistas de rua da Igreja ‘Early Child Covenant’, em Chengdu. A denominação é uma das igrejas não registradas pelo Partido Comunista mais conhecidas da região.

Os cristãos foram presos porque a lei proíbe o evangelismo fora dos locais religiosos registrados.

Durante a detenção, os cristãos presos ainda compartilharam sua fé. Enquanto isso, aqueles que não foram presos continuaram a evangelizar nas ruas.

Todos os cristãos foram posteriormente liberados naquela noite, mas nenhum detalhe foi dado sobre a condição de sua libertação.

"O Evangelho foi proclamado. Distribuímos todos os panfletos. Aqueles irmãos e irmãs [em Cristo] que estavam esperando na delegacia trouxeram mais e distribuíram todos eles", disse Wang Yi, pastor da ‘Early Covenant’, em uma mensagem na mídia social. "Nós encontramos outra delegacia de polícia e conhecemos um grupo de pessoas que acreditam em Cristo. Que o amor do Senhor esteja com esses policiais".

A detenção dos mais de 20 cristãos ocorre quando a China regularmente se opõe a atividades religiosas que não foram sancionadas pelo Partido Comunista.

O fundador da ‘China Aid’, pastor Bob Fu disse no mês passado ao Congresso norte-americano que a perseguição da China contra cristãos e outras minorias religiosas atingiu um "nível que não é visto desde o início da Revolução Cultural pelo presidente Mao [Zedong] nos anos 60".

Esta não é a primeira vez que funcionários do Partido Comunista chinês assediam a ‘Early Child Covenant’.

Em junho, a igreja estava planejando realizar um culto de oração para relembrar o aniversário do massacre de Tiananmen. No entanto, vários policiais fecharam a igreja poucas horas antes do culto ser realizado.

De acordo com a Asia News, a igreja tem realizado todos os anos, desde 2009, um mês de oração que vai de 12 de maio (o aniversário do terremoto de Sichuan) até 4 de junho (o aniversário do massacre da Praça Tiananmen). No entanto, este foi o primeiro ano em que as autoridades interromperam a cerimônia de aniversário.

A China classifica-se como o 43º pior país do mundo no que diz respeito à perseguição religiosa, de acordo com a Lista Mundial de Perseguição Religiosa de 2018, da Portas Abertas (EUA).

"Enquanto a distinção entre igrejas registradas e não-registradas pelo governo costumava ser um fator importante para serem perseguidas ou não, isso não é mais o caso", diz um documento da Portas Abertas. "Todos os cristãos são caluniados, o que parece apoiar a crença generalizada de que o Partido Comunista está apostando em uma identidade cultural chinesa unificada para manter seu poder".

 

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