Mais de 50 igrejas domésticas no estado de Madhya Pradesh, na Índia, foram proibidas de realizar o culto de domingo pela terceira vez. As autoridades locais emitiram uma proibição total para atividades cristãs a mando de grupos hindus radicais.
De acordo com a International Christian Concern (ICC), que monitora a perseguição no mundo, no dia 11 de novembro a administração do distrito de Jhabua emitiu uma circular para as delegacias de polícia, proibindo reuniões cristãs que não tenham permissão do magistrado local. A medida foi um pedido do Vishwa Hindu Parishad (Conselho Hindu Mundial) e de outros grupos nacionalistas hindus radicais.
A circular viralizou nas redes sociais, fazendo com que muitas igrejas cancelassem os cultos de adoração. Agora, os cristãos em Jhabua estão temendo que não possam mais se reunir para cultuar e exercer sua liberdade religiosa, garantida pela Constituição da Índia.
“Eu li a circular na sexta-feira passada e decidi não ter culto no domingo”, relatou um pastor local. “Os últimos cinco meses foram difíceis. Nossa congregação foi reduzida de 40 para 15. Até mesmo esses 15 estão com medo agora”.
“Sei que como pastor preciso suportar dificuldades e perseguições por causa da minha fé. Mas estou preocupado com aqueles que estão mostrando interesse e vindo recentemente para adorar conosco”.
Em resposta à proibição, mais de 30 pastores e líderes do distrito enviaram um memorando e se reuniram com as autoridades locais para tentar acalmar a situação. Os líderes pediram o respeito aos direitos de todos da comunidade, incluindo da minoria cristã.
Nos últimos meses, as autoridades também enviaram avisos aos líderes cristãos de Jhabua, solicitando provas de sua conversão legítima ao cristianismo. Madhya Pradesh é um dos estados indianos que possuem leis de “anticonversão”, usadas para acusar falsamente os crentes de forçar hindus a se converterem através de benefícios financeiros.
Segundo a International Christian Concern (ICC), caso uma pessoa queira se converter a uma nova religião, a lei obriga que o convertido e o seu líder religioso precisam apresentar um requerimento à administração central distrital, com 60 dias de antecedência. O não cumprimento desta lei pode acarretar em prisão ou multas.
Com a aprovação de leis anticonversão em diversos estados da Índia, nacionalistas radicais são encorajados a espalhar falsas acusações de conversão forçada por parte de cristãos, com o propósito de justificar sua violência contra os crentes, sem intervenção da polícia local.
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