Mesmo com a confissão do ladrão, cristão continua a ser acusado de roubo

Mesmo com a confissão do ladrão, cristão continua a ser acusado de roubo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:11

A polícia do distrito de Nilphamari, no norte de Blangladesh, acusou o trabalhador cristão Abul Hossen por roubo de gado quatro dias após o principal suspeito confessar e testemunhar que Abul não teve participação nenhuma, de acordo com um advogado de defesa e um funcionário do governo presentes na sala de audiência.

A polícia apresentou a acusação contra o convertido do islã em 12 de setembro, ainda que, em 8 de setembro, Sirajul Islam tenha confessado o crime e testemunhado que Abul não estava envolvido e que ele não o conhecia.

Abul, detido em 21 de agosto, no vilarejo de Dubachari, 300 quilômetros a noroeste da capital Daca, foi solto sob fiança no mesmo dia em que Sirajul testemunhou sua inocência.

O advogado de Abul, Alimuddin Bosunia, disse à agência de notícias Compass Direct News que, na confissão de Sirajul perante um juiz no tribunal do principal magistrado judicial, no distrito de Nilphamari, o ladrão negou qualquer envolvimento de Abul no roubo de gado.

De acordo com Alimuddin, o acusado Sirajul testemunhou: "Eu não o conheço", e continuou: "Aquele Abul Hossen que estava comigo durante o roubo é baixo, mas este é mais alto. Este Abul Hossen não estava envolvido no roubo de gado".

Shamacharan Roy, presidente do governo local, conhecido como conselho da união, corroborou o relato de Alimuddin.

"O ladrão sentado no banco dos réus confessou que não conhecia o Abul Hossen detido e que este não estava envolvido no roubo de gado", disse Shamcharan, um hindu. "O porquê de a polícia ter apresentado a acusação contra Abul Hossen foi algo um tanto misterioso. A detenção de Abul sob acusação de roubo de gado me chocou. Foi um incidente completamente insólito".

Shamcharan, que disse que Abul tinha sido liberado sob sua supervisão por uma fiança de 5 mil takas (US$ 70), declarou que a polícia fez a investigação inicial "baseada na declaração do ladrão, mas sua segunda declaração confessional no tribunal foi contrária".

O presidente do conselho da união e o advogado do cristão não se aprofundaram na confissão de Sirajul, mas Abul disse à Compass Direct News que Sirajul também testemunhou que o secretário do conselho da união local, do partido dominante Liga Awami de Bangladesh, e seus associados inicialmente incitaram o ladrão a acusá-lo. Moradores cristãos do vilarejo disseram que muçulmanos influentes tinham acusado Abul a fim de desacreditar seu ministério.

Abul, de 41 anos, contou à Compass Direct News que quando a polícia o deteve, o indagou sobre sua conversão ao cristianismo em 2007.  "Ao chegar à delegacia, a polícia me perguntou asperamente se eu me tornara um cristão ou não, e quando isso tinha acontecido", ele contou. "Eu lhes disse o mês e o ano de minha conversão".

Os oficiais também lhe perguntaram se sua esposa e seu pai eram cristãos. Ele respondeu que sua esposa era cristã e seu pai era muçulmano.

"Eles perguntaram: Por que você se tornou um cristão? Eles lhe ofereceram algum dinheiro?", disse Abul.

O chefe da polícia local Nurul Islam, disse à Compass Direct News que as autoridades apresentaram a acusação no tribunal contra o cristão em 12 de setembro, baseada na declaração inicial de Sirajul Islam.

"No documento, Abul Hossen é acusado como ladrão de gado, cúmplice de outro ladrão", disse Nurul Islam. "O ladrão principal, Sirajul Islam, nos confessou que Abul Hossen era ladrão e estava com ele durante o roubo. Nós investigamos sua declaração contra Abul e o consideramos culpado".

Ele foi batizado em 12 de junho de 2007, juntamente com outras 40 pessoas que foram criadas como muçulmanas. Das 41 pessoas batizadas, somente sete permaneceram cristãs, tendo os moradores do vilarejo e missionários muçulmanos, chamados Tabligh Jamat, forçado as 34 restantes a retornar ao islã em seis meses, disseram as fontes.

Os muçulmanos constituem quase 90% da população de Bangladesh, com o hinduísmo sendo a segunda maior afiliação religiosa, com 9.2% de 153.5 milhões de pessoas. Budistas e cristãos constituem menos de 1% da população.

Tradução: Getúlio Cidade  

A polícia do distrito de Nilphamari, no norte de Blangladesh, acusou o trabalhador cristão Abul Hossen por roubo de gado quatro dias após o principal suspeito confessar e testemunhar que Abul não teve participação nenhuma, de acordo com um advogado de defesa e um funcionário do governo presentes na sala de audiência.

A polícia apresentou a acusação contra o convertido do islã em 12 de setembro, ainda que, em 8 de setembro, Sirajul Islam tenha confessado o crime e testemunhado que Abul não estava envolvido e que ele não o conhecia.

Abul, detido em 21 de agosto, no vilarejo de Dubachari, 300 quilômetros a noroeste da capital Daca, foi solto sob fiança no mesmo dia em que Sirajul testemunhou sua inocência.

O advogado de Abul, Alimuddin Bosunia, disse à agência de notícias Compass Direct News que, na confissão de Sirajul perante um juiz no tribunal do principal magistrado judicial, no distrito de Nilphamari, o ladrão negou qualquer envolvimento de Abul no roubo de gado.

De acordo com Alimuddin, o acusado Sirajul testemunhou: "Eu não o conheço", e continuou: "Aquele Abul Hossen que estava comigo durante o roubo é baixo, mas este é mais alto. Este Abul Hossen não estava envolvido no roubo de gado".

Shamacharan Roy, presidente do governo local, conhecido como conselho da união, corroborou o relato de Alimuddin.

"O ladrão sentado no banco dos réus confessou que não conhecia o Abul Hossen detido e que este não estava envolvido no roubo de gado", disse Shamcharan, um hindu. "O porquê de a polícia ter apresentado a acusação contra Abul Hossen foi algo um tanto misterioso. A detenção de Abul sob acusação de roubo de gado me chocou. Foi um incidente completamente insólito".

Shamcharan, que disse que Abul tinha sido liberado sob sua supervisão por uma fiança de 5 mil takas (US$ 70), declarou que a polícia fez a investigação inicial "baseada na declaração do ladrão, mas sua segunda declaração confessional no tribunal foi contrária".

O presidente do conselho da união e o advogado do cristão não se aprofundaram na confissão de Sirajul, mas Abul disse à Compass Direct News que Sirajul também testemunhou que o secretário do conselho da união local, do partido dominante Liga Awami de Bangladesh, e seus associados inicialmente incitaram o ladrão a acusá-lo. Moradores cristãos do vilarejo disseram que muçulmanos influentes tinham acusado Abul a fim de desacreditar seu ministério.

Abul, de 41 anos, contou à Compass Direct News que quando a polícia o deteve, o indagou sobre sua conversão ao cristianismo em 2007.  "Ao chegar à delegacia, a polícia me perguntou asperamente se eu me tornara um cristão ou não, e quando isso tinha acontecido", ele contou. "Eu lhes disse o mês e o ano de minha conversão".

Os oficiais também lhe perguntaram se sua esposa e seu pai eram cristãos. Ele respondeu que sua esposa era cristã e seu pai era muçulmano.

"Eles perguntaram: Por que você se tornou um cristão? Eles lhe ofereceram algum dinheiro?", disse Abul.

O chefe da polícia local Nurul Islam, disse à Compass Direct News que as autoridades apresentaram a acusação no tribunal contra o cristão em 12 de setembro, baseada na declaração inicial de Sirajul Islam.

"No documento, Abul Hossen é acusado como ladrão de gado, cúmplice de outro ladrão", disse Nurul Islam. "O ladrão principal, Sirajul Islam, nos confessou que Abul Hossen era ladrão e estava com ele durante o roubo. Nós investigamos sua declaração contra Abul e o consideramos culpado".

Ele foi batizado em 12 de junho de 2007, juntamente com outras 40 pessoas que foram criadas como muçulmanas. Das 41 pessoas batizadas, somente sete permaneceram cristãs, tendo os moradores do vilarejo e missionários muçulmanos, chamados Tabligh Jamat, forçado as 34 restantes a retornar ao islã em seis meses, disseram as fontes.

Os muçulmanos constituem quase 90% da população de Bangladesh, com o hinduísmo sendo a segunda maior afiliação religiosa, com 9.2% de 153.5 milhões de pessoas. Budistas e cristãos constituem menos de 1% da população.

Tradução: Getúlio Cidade  

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