Medellín, na Colômbia, é conhecida pela violência e pelo cartel de drogas, com o crime recrutando crianças como soldados. Muitas delas aprenderam a matar antes mesmo de saberem ler.
A cidade que fica no alto da Cordilheira dos Andes, já foi considerada a capital mundial do assassinato, devido aos altos índices de violência.
"De 1985 a 2000, houve uma taxa média de homicídios de 15 a 20 por dia. Os psicólogos chamaram Medellín de cultura da morte, por tanta matança”, disse Mark Wittig, o presidente da Corporação Social e Esportiva da Colômbia (COSDECOL).
Mas, a missão de Mark está transformando essa realidade através do futebol e da fé. Filho de pais missionários, ele nasceu na Colômbia, onde viveu até os 12 anos.
Em 1985, Mark deixou os Estados Unidos para retornar à Colômbia para trabalhar como professor em um seminário em Medellín, localizado em um bairro onde um grupo de jovens trabalhava indiretamente para o famoso traficante Pablo Escobar.
Paixão pelo futebol como estratégia
A COSDECOL leva o Evangelho através do futebol. (Foto: Facebook/Cosdecol).
O missionário percebeu que poderia usar a paixão do futebol para alcançar crianças e jovens presos no mundo do crime. Então, ele iniciou um torneio de futebol para a gangue do bairro.
"Apenas cri que Deus cuidaria de mim de uma forma ou de outra", contou Wittig, em entrevista à CBN News.
Antes de cada jogo, Mark compartilhava uma passagem da Bíblia com os meninos. "Tínhamos caras levando submetralhadoras para os jogos com eles. Já tirei eles das delegacias de polícia e depois os coloquei na minha casa também”, revelou.
Com o tempo, muitos jovens traficantes aceitaram Jesus e passaram por uma transformação.
“Foi um processo natural de multiplicação de discipulado. Como tínhamos recursos, organizamos equipes, treinamos eles e também compartilhamos o Evangelho. Quando dois ou três deles se tornaram cristãos, eu os encontrava todas as segundas-feiras para estudar a Bíblia e orar”, explicou o missionário.
Vidas resgatadas do crime
A COSDECOL leva o Evangelho através do futebol. (Foto: Facebook/Cosdecol).
Alex Saldarriaga, filho de um dos líderes do cartel, foi um dos meninos impactados pelo trabalho da missão.
"Quando fiz dez anos, já estava limpando as armas do meu pai. Fui no primeiro treino e vi um treinador com uma Bíblia na mão. Fiquei muito confuso porque, pela primeira vez, pude ouvir algo sobre o amor. Algo que eu nunca ouvi do meu pai”, ele.
O menino foi exposto a violência e aliciado no crime pelo próprio pai. "Um dia, fui para casa depois do treino e meu pai estava me esperando na porta com uma lista de pessoas que precisávamos matar naquela noite", lembrou ele.
Através do projeto missionário de futebol, Alex conheceu Jesus e seu destino foi transformado. "Quando decidi entregar minha vida a Cristo, muitas bênçãos começaram a vir à minha vida", disse.
Após sua conversão, ele se reconciliou com seu pai, que vive na selva com o cartel de drogas. Agora, Saldarriaga vai até o local para pregar aos traficantes.
Bairros transformados
A COSDECOL leva o Evangelho através do futebol. (Foto: Facebook/Cosdecol).
Mais tarde, o torneio de futebol se tornou o ministério COSDECOL, que leva esporte, educação e o Evangelho nas áreas mais violentas de Medellín e outras cidades da Colômbia.
"Nossos treinadores ganharam uma boa reputação no bairro, até mesmo as gangues gostam deles. Até os líderes de gangues querem que seus filhos treinem com nossas equipes”, relatou Mark.
E Alex testemunhou: "Para a glória de Deus, muitos daqueles que antes viviam em violência agora estão servindo neste ministério". Incluindo ele mesmo, que hoje atua como Diretor de Esportes da missão.
“A graça de Deus é maior do que qualquer pecado. Onde o pecado abundou, a graça abundou ainda mais. Isso é o que vimos aqui em Medellín: vidas mudadas, famílias restauradas e esperança acesa”, destacou o missionário Mark.
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