Missionária fala das experiências e desafios em missões com a família na Albânia

"A Bíblia tem sido nossa companheira fiel. É na Palavra de Deus que encontramos forças e ânimo para seguir o propósito dEle para nossa vida"

Fonte: guiame.com.brAtualizado: quarta-feira, 19 de novembro de 2014 às 12:41
Família Porto_missionários
Família Porto_missionários

Família Porto_missionáriosEm parceria com a Missão Antioquia, Daniel, Shirley e o pequeno Danilo Miguel, estão na Albânia em trabalho missionário.

A família tem passado por experiências marcantes, principalmente na adaptação a uma cultura bem diferente da brasileira. Em carta, Shirley conta um pouco dessas experiências e lista alguns pedidos de oração. Confira:

Queridos,

Eu – Shirley – escrevo esta carta. Falo sobre meus sentimentos, pois sei que vocês têm estado conosco em oração. Vocês me conhecem e sabem que sou emotiva e sensível. Estou aprendendo a orar de acordo com Salmos 51: “Ó, Deus meu! Cria em mim um coração puro, e renova dentro de mim um espírito inabalável”.

Pessoas conhecerão a Jesus por meio da minha vida e, por isso, Ele me trouxe para essa terra. Tenho enfrentado muitos desafios nesse período inicial. Um deles é discriminação racial. Compartilho um pouco do contexto para que vocês entendam. Aqui na Albânia, os ciganos são discriminados por serem morenos. Eles são conhecidos por três nomes: gypsy, roma e gabeli (pejorativo e bem ofensivo). Minha característica física é bem parecida com a dos gypsys. Então, para eles, é muito difícil entender por que o Daniel, que é branco, é casado comigo – uma gypsy (eles acham que o Daniel é albanês)!

Há situações desagradáveis. Por exemplo, no ônibus, albaneses não dão lugar para ciganos se sentarem e saem de perto quando um cigano chega. Coisas assim são bem comuns. Aprendi a sorrir quando as pessoas ficam olhando para mim e até me arrisco a cumprimentá-las. Alguns respondem meio sem graça, outros viram o rosto. Quando digo que sou brasileira, porém, a história muda! Eles me tratam com cordialidade.

Um dia, quando fomos pegar o ônibus, o motorista abriu a porta e deixou uma mulher albanesa entrar, mas, quando o Daniel e eu fomos entrar, ele fechou a porta. Batemos na porta para ele abrir, mas ele acelerou e foi embora! Naquele dia, chorei na rua... Depois, conseguimos pegar outro ônibus, e tudo deu certo – graças a Deus!

Deus tem me permitido passar por isso para eu entender um pouquinho o quanto essa população cigana sofre. Eles não têm casa nem trabalho. Recolhem material reciclável nas ruas e vivem à margem da sociedade. Com bebês no colo e crianças pequenas, eles pedem esmolas em semáforos e calçadas. Eles montam barracas de plástico e vivem na rua, apesar do frio rigoroso. Somente Jesus poder mudar a sorte desse povo! Portanto Queridos, apesar de todas as lutas, estou pronta a perseverar, porque aqui tem muito trabalho a fazer.

Construindo relacionamentos

Já fiz algumas amizades. Uma delas é com a Esmeralda. Um dia, ao passar por nós, ela ouviu que tentávamos nos comunicar em inglês para comprar carne (até para comprar comida é difícil), mas o açougueiro só falava em albanês. Ela se aproximou e nos disse em inglês: “Posso ajudar vocês?”. A partir de então, ficamos amigas. Trocamos telefones e estamos nos comunicando. Eu a convidei para ir à igreja.
Outra amizade é com a Juliana, dona de uma loja de fotografias, à qual fomos para tirar fotos para nossos vistos. Ela me deu livros em albanês para ler, e nosso relacionamento tem sido bem legal.
Outra amizade é com a Liljana, proprietária da casa na qual moramos. Ela é minha “professora particular”, pois me visita todos os dias (kkk). Ela me ensina como preparar os pratos típicos daqui e me conta como é a vida dos albaneses. Curiosidade cultural: é a mulher albanesa quem trabalha. Os homens ficam nos bares, tomando café e raki (bebida alcoólica albanesa), fumando e conversando.

Ainda há uma senhora que faz tricô e sempre me dá um presentinho quando passo na rua. Um dia desses, ela me deu um negócio que eu não sabia onde usar... Pensei que era para colocar no ouvido, para proteger do frio (o inverno está chegando – agora, às 16h, já escurece e, às 17h, parece que já é 21h!), mas não era! Vocês acreditam que é para segurar panelas quentes? Todos que ficam sabendo da história riem de mim! Sei que, agora, vocês também devem estar rindo! Faz parte!


Trabalho com crianças

O Daniel está verificando a possibilidade de iniciar uma escolinha de futebol para crianças após terminarmos o Programa de Imersão Cultural – PIC. Para os albaneses, futebol é muito importante e é uma ferramenta para alcançar os filhos dos “MM”. Essa nova geração é a esperança de que o reino de Deus seja estabelecido neste país, com maioria da população de “MM”. Como o Daniel fez um curso de Técnico de Futebol no Brasil, ele tem essa ferramenta à disposição.

O Danilo Miguel está bem, graças a Deus. Ele tem dito palavras em albanês que nem sabemos o que significam! Ele canta musiquinhas e cumprimenta as pessoas na rua: “Mirë!” (resumidamente, Tudo bem?) Ele ouve todo mundo falar e repete o que as pessoas dizem. Ele está feliz, e isso é muito importante para o nosso coração!

Esses foram alguns relatos bem pessoais e normais da vida de todo missionário. O apóstolo Paulo costumava ser bem comunicativo em suas cartas e contava a história dos locais nos quais estava e o que acontecia. Temos anotado todos esses acontecimentos e, a cada dia, nós nos inspiramos na Palavra de Deus para vencer os obstáculos. A Bíblia tem sido nossa companheira fiel. É na Palavra de Deus que encontramos forças e ânimo para seguir o propósito dEle para nossa vida. Em meio a tudo isso, estou feliz por ter sido chamada por Deus para servir na Albânia, onde há muito trabalho!

Todas as quintas-feiras, em nossa casa, passamos um tempo específico de oração e intercessão pela vida de vocês e da família de vocês. Como esse tempo tem sido bom!

Pedidos de oração:
Recurso financeiro para comprarmos um carro;
Aprendizado da língua;
Proteção em todas as áreas da nossa vida – neste mês, houve uma tentativa frustrada de arrombamento da nossa casa, conosco dentro. Passamos por muito medo, mas Jesus nos livrou;
Nossos familiares – meu cunhado e meu tio estão internados no Brasil (um em Minas Gerais, e o outro no Espírito Santo);
Terrível situação dos ciganos – orem para que Deus abra uma porta para que possamos ajudar esse povo;
Mais mantenedores fiéis.

Fraternalmente,

Família Porto
Pastor Daniel, Tia Shirley e Danilo Miguel

 

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