Missionária leva membros do Boko Haram a Jesus em área de extrema perseguição na África

Carole Ward prega Jesus em locais de extrema perseguição islâmica na África. Apesar dos riscos, ela afirma: “O chamado está no meu sangue”.

Fonte: Guiame, com informações de CBN NewsAtualizado: quarta-feira, 11 de junho de 2025 às 15:45
Carole Ward no Sahel. (Foto: Reprodução/CBN News)
Carole Ward no Sahel. (Foto: Reprodução/CBN News)

Em uma das regiões mais perigosas do mundo, uma missionária americana está transformando a vida de muitos em comunidades do Sahel, na África.

A região atravessa 10 países africanos, do Senegal à Eritreia. É uma área de extremos que vão desde o calor até perigos mortais, onde mais da metade das mortes relacionadas ao terrorismo no mundo acontecem. 

Apesar de ser um local de intensa batalha espiritual e física, Carole Ward seguiu o chamado de Deus para treinar cristãos no Sahel.

Segundo Carole, a região do Sahel não é o tipo de lugar onde você vai para passear, “você é chamado para cá”.

"É muito seco. Pode fazer de 38 a 46 graus o ano todo. Mesmo no meio de uma das faixas de terra mais perigosas da África, o chamado está no meu sangue”, disse a missionária à CBN News.


Carole evangeliza comunidades afetadas por extremistas islâmicos. (Foto: Reprodução/CBN News)

Há décadas, Carole segue o chamado de Deus em regiões afetadas por conflitos. Ela começou no norte de Uganda e depois foi para o Sudão do Sul durante a guerra civil. 

Enquanto outros fugiam, Carole levou cura, esperança e o amor de Jesus: "Você morreu para si mesmo, e o diabo não pode matar um morto porque sua vida não lhe pertence", declarou.

Legado de família 

Carole faz parte da terceira geração de missionários em sua família. Seus pais passaram 62 anos pregando o Evangelho em regiões aterrorizadas por extremistas Abu Sayyaf, nas Filipinas. 

"Este mapa era o mapa do meu pai e ficava na parede da casa dele, da nossa casa missionária nas Filipinas. 

Ele colocava as mãos, principalmente em áreas muçulmanas, e chorava sem parar", relembrou ela enquanto mostrava o mapa-múndi pendurado em sua casa próxima a capital do Chade. 


Carole mostrando o mapa de seu pai na parede. (Foto: Reprodução/CBN News)

Já os avós de Carole serviram como missionários na China por 30 anos. Para ela, seguir Jesus não foi apenas uma decisão, é o legado de sua família.

"Percebo que o medo é contagioso, mas a fé também. E assim, cresci em um lar onde, mesmo com Abu Sayyaf procurando a cabeça do meu pai por 45 anos, ele não tinha medo. Ele amava profundamente as pessoas que queimavam as Bíblias e as jogavam de volta em seu rosto. E ele estava disposto a dar a sua vida", relatou ela.

Frutos da missão

Hoje, a missão de Carole continua no Chade, um país cercado pelos terroristas do Boko Haram, do Estado Islâmico e da Al-Qaeda.

"Meu desejo é avançar cada vez mais para o norte, rumo à escuridão islâmica, com o Evangelho. Porque se não avançarmos tão rápido quanto eles, estaremos perdidos", disse ela.

Carole promoveu um movimento nacional de oração, onde envolveu cristãos locais que conhecem a terra, a língua e o custo de seguir e compartilhar Cristo.

"Tivemos alguns membros do Boko Haram que se converteram a Jesus em nossa escola de treinamento missionário. Já fizemos cinco deles no Chade e estamos enviando missionários", afirmou ela.

"Temos mais de 150 enviados para o Chade, e esses são missionários chadianos", acrescentou.

Parte desses missionários foram para o leste, em direção à onda de refugiados sudaneses que escapavam da guerra: 

"Muitos foram batizados, 202 deles, na primeira escola de treinamento missionário que tiveram. Não são forasteiros, são moradores locais. Treinados, equipados e prontos para ir aonde poucos chegarão”.


Carole e os cristãos locais durante um culto. (Foto: Reprodução/CBN News)

Digba Katsala, um pastor e evangelista de rua que também atua na região, disse: "Às vezes, as pessoas não são muito receptivas e ficam um pouco agressivas, mas depois, quando veem que você persiste com a Palavra de Deus, elas se acostumam. E quando você prega, no final, há pessoas que começam a entregar suas vidas a Cristo, e isso é extraordinário".

Nos últimos cinco anos, Digba tem cruzado as ruas de N'Djamena, capital do Chade, pilotando sua motocicleta. Em diversos pontos da cidade, ele estaciona, monta seu equipamento de som, pega o microfone, abre a Bíblia — em francês ou árabe — e anuncia com ousadia o Evangelho de Jesus Cristo.

Mesmo em um país onde mais da metade da população é muçulmana, Digba não se intimida. Sua voz ressoa por praças e ruas movimentadas, onde as pessoas param, escutam e muitas delas aceitam Jesus.

O missionário Abdoulaye Mayangar, que já seguiu o islamismo, testemunhou: "Eu era um muçulmano fervoroso. Eu rezava cinco vezes por dia. Jejuava durante o Ramadã e não gostava nem um pouco dos cristãos".

O pai de Abdoulaye treinou com extremistas islâmicos no Sahel para perseguir cristãos locais. Agora, ele caminha pelas mesmas regiões, espalhando a esperança de Cristo.

"Hoje há esperança! Muitos muçulmanos nesses países estão abertos a ouvir o Evangelho. Deus está realmente agindo no Sahel. Eles estão vindo a Jesus em grande número, e suas vidas estão sendo transformadas", declarou ele.

Carole descreve Abdoulaye, Digba e muitos outros cristãos chadianos como a ponta da lança. Por meio de orações, sacrifícios e do amor incondicional de Deus, eles estão transformando o mapa espiritual de um dos lugares mais desafiadores e perigosos da África.

"A oração nos transforma, nos levando a estar dispostos a entregar nossas vidas e cumprir a Grande Comissão, custe o que custar. Na verdade, mapeamos onde estão os grupos de povos não alcançados, onde há terrorismo, onde há guerras e derramamento de sangue, e vamos lá", concluiu Carole.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições