Missionária reencontra homem que tentou estuprá-la e o ministra: “Jesus te ama”

Em uma de suas primeiras viagens missionárias a Moçambique, Becky Murray sofreu assédio sexual, mas não desistiu de seu chamado.

Fonte: Guiame, com informações do PremierAtualizado: quarta-feira, 30 de junho de 2021 às 15:55
Becky Murray (de camiseta branca) e suas amigas missionárias. (Foto: Reprodução / Facebook)
Becky Murray (de camiseta branca) e suas amigas missionárias. (Foto: Reprodução / Facebook)

Sonhando em resgatar crianças e alcançar os mais vulneráveis, Becky Murray foi para Moçambique fazer um estágio como missionária em uma instituição de caridade. “Foi uma época incrível e de mudança de vida. Mas, infelizmente, a viagem guarda tanto lembranças ruins quanto boas”, conta.

Um episódio complicado foi quando ela foi quase atacada sexualmente por um homem quando estava na praia. “Em um raro dia de folga, vaguei até a praia para melhorar meu bronzeado. Em Moçambique, a cultura dita que você não deve descobrir os joelhos; fazer isso seria anunciar a outras pessoas que você é uma prostituta. Olhando para trás, eu deveria ter pensado melhor, mas eu queria aquele bronzeado, então eu enrolei minha saia e caminhei até a praia”, relata.

Admirando a paisagem e as belezas naturais do lugar, ela se distraiu e não percebeu quando um homem se aproximou. “Havia estrelas do mar lá como eu nunca tinha visto antes. Na verdade, nunca vi nada parecido com eles desde então. Cores vibrantes. Lindos tons de vermelho, verde e azul. Fiquei tão cativado por eles que não percebi que um homem havia se aproximado por trás de mim”, diz.

Atrás dela, o homem levantou sua saia e empurrou o corpo dele contra o de Becky. “Eu gritei, me virei e recuei. Eu não sabia o que fazer, mas avistei o café da praia local com o canto do olho. Achei que se pudesse chegar lá, estaria segura”, diz.

Antes de criar coragem e correr, Becky gritou com ele. “Eu disse ‘não’ em português e na língua tribal local, mas mesmo assim ele veio em minha direção, com as partes íntimas expostas”, conta.

Ela andou rapidamente até chegar ao café. “Felizmente, o café não era tão longe e eu corri, bastante angustiada. Duas das meninas do acampamento missionário estavam tomando café da manhã. Vendo o estado em que eu estava, elas correram para mim. Assim que o homem viu que outras pessoas estavam comigo, ele recuou e saiu correndo pela praia”, diz.

Raiva e surpresa

Becky conta que recebeu educação e proteção de sua família, e aquela situação a chocou. “Eu tenho uma família amorosa. Eu mal tinha saído do Reino Unido. Então, ser atacada daquela forma foi um choque”, relembra.

Ela diz que se arrependeu de não ter denunciado o homem à polícia, por isso, dois dias depois ele apareceu novamente. “Estávamos em nossas palestras matinais na grande tenda. Essas palestras são ministradas em inglês e destinam-se exclusivamente aos alunos. No meio da palestra, um homem entrou, visivelmente bêbado, e se sentou em uma cadeira bem na minha frente. Era ele. Senti um aumento de raiva e tive que me conter para não bater nele. Eu queria gritar”, diz.

Uma das garotas que estava com Becky no café viu que ela tinha mudado e reconheceu o homem. “Enquanto a palestra continuava, ela veio e orou comigo. Toda a raiva e o medo me deixaram imediatamente”, diz.

Depois disso, Becky conta que foi até o homem após a palestra. “Eu disse a ele: ‘Jesus te ama’. Ele olhou para mim, surpreso e perplexo. Ele saiu cambaleando da tenda e eu nunca mais o vi, mas sei que em um momento em que ele deveria ter esperado raiva e retaliação, ele viu o amor de Deus. Eu oro para que ele o tenha encontrado”.

Uma experiência definitiva

Ela diz que embora tenha perdoado o homem, não esqueceu aquela experiência. “Na verdade, eu me perguntava se era ou não corajosa o suficiente para fazer esse tipo de trabalho. E se acontecer de novo? E se eu fosse atacada de forma mais severa? Eu poderia lidar com isso?”, questiona-se.

Mas uma resposta veio de dentro dela. “Aprendi que seu compromisso precisa ser mais forte do que suas emoções”, diz.

Dois anos depois do incidente, Becky teve outra experiência decisiva na África. “Foi quando Felicity, de nove anos, presumiu que eu queria sexo com ela em troca de um par de sapatos”, lembra.

“Naquele momento, decidi começar o One By One e, alguns anos depois, estamos atingindo mais de 10.000 crianças por semana, construímos dois lares infantis e, mais recentemente, resgatamos 50 crianças da escravidão no Paquistão”, testemunha.

Becky estimula os cristãos a perseguirem seus propósitos. “Seja o que for que você esteja sonhando, não desista. Muitas vezes é difícil seguir o seu sonho, mas continue - não importa o que esteja no seu caminho!”, diz.

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