Um missionário, que ficou detido por dois anos na Coreia do Norte, pediu aos cidadãos americanos que ainda estão presos no país oriental, que "mantenham a esperança".
Falando em uma reunião em Washington na última quarta-feira (11), o cristão Kenneth Bae, de 47 anos, também disse que a comunidade internacional deve se lembrar do sofrimento dos cidadãos da Coreia do Norte.
Bae, um coreano-americano, foi o cidadão norte-americano que permaneceu por mais tempo na Coreia do Norte, desde a Guerra da Coreia. Ele estava administrando uma empresa de turismo legal na Coreia do Norte, quando foi condenado a trabalhos forçados por 15 anos em abril de 2013. O cristão foi acusado de "cometer atos hostis contra o Estado e incentivar os cidadãos a trabalharem contra o governo".
Ele foi enviado para um campo de prisioneiros estrangeiros, onde cerca de 30 guardas, vigiavam-no como seu único prisioneiro.
Bae disse que juntar carvão com uma pá, executar tarefas agrícolas e cavar a terra.
Ele foi liberto em novembro de 2014, quando o diretor da Inteligência Nacional dos EUA James Clapper fez uma visita secreta à Coreia do Norte e voltou com Bae e seu colega norte-americano, Matthew Miller. Apesar já estar quase dois anos em liberdade, Bae só falou à mídia sobre as as agressões (físicas e verbais) que sofreu na prisão, no início deste mês de maio.
Os cidadãos norte-americanos Kim Dong Chul e Otto Warmbler ainda estão detidos na Coreia do Norte e também foram condenados a trabalhos forçados. Chul, um missionário cristão, foi acusado de subversão e Warmbler de tentar roubar um banner de propaganda do governo.
"Continuem tendo esperança de que o governo dos EUA está fazendo o possível para garantir a liberação de vocês. Vivam um dia de cada vez", disse.
Ele lançou recentemente o livro "Not Forgotten" ("Não Esquecido"), falando sobre sua experiência na Coréia do Norte.
Bae disse que em suas 18 idas e principais passeios no país, as autoridades norte-coreanas descobriram que ele tinha arquivos de cobertura da mídia ocidental sobre temas como a fome que assolou o país na década de 90, um material que ele disse que foi carregado por engano.
Bae disse que ele foi acusado de tentar derrubar o governo "através de seu culto cristão" e por "espalhar ideias ocidentais".
A Coreia do Norte tem sido constantemente classificada como "o pior país do mundo para se viver como um cristão". Sob a ditadura de Kim Jong-un, o governo mantém controle absoluto por meio da repressão sistemática dos seus cidadãos.
De acordo com a organização internacional 'Ajuda à Igreja que Sofre', da população cristã (400,000 a 500,000 pessoas) na Coreia do Norte, acredita-se que pelo menos 50.000 estejam em campos de trabalhos forçados, enquanto dezenas de milhares de cidadãos, incluindo muitos cristãos, tenham "desertado", fugindo para países como a vizinha Coreia do Sul, China, Mongólia e Rússia.
O Rev. Hyeon Soo Lim, um missionário cristão de 61 anos de idade, do Canadá, também está sendo mantido preso na região Pyongyang desde fevereiro de 2015, depois de desaparecer durante uma viagem humanitária ao país.
Ele foi setenciado a prisão perpétua com trabalhos forçados em dezembro, depois de ser acusado de "crimes contra o Estado" por um tribunal norte-coreano.
Sua família disse que suas viagens à Coreia do Norte - as quais ele já fez mais de 100, desde 1997 - não foram politicamente motivadas, mas o governo não tolera qualquer missionário ou atividade religiosa que sejam consideradas "ameaçadoras" à supremacia do Estado.
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