Missionários são agredidos com paus e barras de ferro por extremistas hindus na Índia

Oito policiais foram afastados após permitirem que extremistas hindus atacassem os missionários em um micro-ônibus, sob falsas acusações de conversão religiosa.

Fonte: Guiame, com informações de ICCAtualizado: terça-feira, 28 de outubro de 2025 às 20:10
O ataque aos missionários. (Foto: Reprodução/X/Hindutva Watch)
O ataque aos missionários. (Foto: Reprodução/X/Hindutva Watch)

Na última quinta-feira (23), oito policiais foram suspensos no distrito de Kathua, no norte da Índia, por não impedirem um ataque de nacionalistas hindus a um grupo de missionários cristãos na vila de Juthana, em Jammu e Caxemira. 

O caso gerou forte repercussão após a circulação de um vídeo nas redes sociais que mostra agentes observando a violência sem intervir.

As imagens mostram pelo menos 10 extremistas armados com paus e barras de ferro cercando um micro-ônibus que transportava cerca de 15 missionários vindos do estado de Kerala. 

Segundo o ICC, os cristãos haviam acabado de sair de uma refeição na casa de moradores locais quando o veículo foi abordado. 

Os nacionalistas, liderados pelo militante hindu Ravindra Singh Thela, acusaram os missionários de tentar converter hindus ao cristianismo. 

Contudo, as autoridades já descartaram esta alegação por falta de provas e informaram que uma investigação está em andamento.

‘Medidas disciplinares rigorosas’

Durante o ataque, o para-brisa e os retrovisores do veículo foram destruídos, e passageiros foram agredidos mesmo com a presença de policiais. 

No vídeo, apenas um agente tentando conter um agressor, sem sucesso. Além disso, é possível ouvir gritos de desespero de homens e mulheres dentro do ônibus.

Após a ampla repercussão das imagens, o superintendente sênior de polícia de Kathua, Mohita Sharma, anunciou a suspensão imediata dos oito policiais, incluindo o responsável pelo posto policial de Jakhole, sob cuja jurisdição fica a vila de Juthana. 

Um boletim de ocorrência foi aberto contra cerca de dez suspeitos, dois deles com antecedentes criminais.

O líder do ataque, Ravindra Singh Thela — conhecido na região por liderar campanhas “anticonversão” e ligado ao partido nacionalista Bharatiya Janata Party (BJP) — foi preso após as denúncias. 

Fontes locais afirmam que Thela já havia sido acusado em outros episódios de violência contra minorias religiosas.

De acordo com o Serviço de Mídia da Caxemira, as investigações continuam para identificar e prender os demais envolvidos. Autoridades locais reforçaram que “nenhuma evidência de conversão forçada foi encontrada” e prometeram medidas disciplinares rigorosas contra os policiais omissos.

A Índia ocupa o 11° lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas.

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