Mulher evangeliza homem contratado para matá-la: "Ele se quebrantou sob o poder de Deus”

A advogada romena, Virginia Prodan conta a sua história no livro 'Saving My Assassin' ('Salvando Meu Assassino').

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: terça-feira, 26 de maio de 2020 às 14:06
Virginia Prodan alcançou projeção internacional com seu trabalho, quando denunciou à comunidade internacional a ditadura comunista na Romênia dos anos 80. (Imagem: CBN.com)
Virginia Prodan alcançou projeção internacional com seu trabalho, quando denunciou à comunidade internacional a ditadura comunista na Romênia dos anos 80. (Imagem: CBN.com)

A advogada Virginia Prodan não esconde o fato de que ela poderia estar morta. Em seu livro, “Saving My Assassin” (“Salvando Meu Assassino”), ela conta a incrível história de como encarou a morte, olhando-a de frente e como lutou para escapar, com nada além do que a Palavra de Deus de nas mãos.

"Eu não sou uma heroína. Deus me deu essa missão e eu era uma ferramenta nas mãos Dele", diz Virginia em entrevista à CBN News.

Como uma advogada de direitos humanos de 23 anos, Virginia levou o regime comunista e socialista romeno ao tribunal para defender os direitos de seus concidadãos à liberdade religiosa, e isso quase lhe custou vida

"O governo socialista é um governo que estabelece um sistema no qual os cidadãos devem aceitar que o governo é seu Deus e não Cristo", explica Virginia.

A DITADURA DE CEAUSESCU

Durante a ditadura de Nicolae Ceausescu, na década de 1980, os cristãos que fossem encontrados portando Bíblias ou que compartilhavam a mensagem de Cristo com outras pessoas eram presos, mesmo que o país tivesse “leis de liberdade religiosa” em sua constituição.

"Disseram-me nesses interrogatórios que essas leis não estavam nos livros para proteger a liberdade de religião e liberdade de expressão romena, elas estavam nos livros de Direito da Romênia para a civilização ocidental acreditar que temos liberdade", lembra Virginia sobre um dos momentos em que foi detida pela polícia.

Mas Virgínia passou a usar essas leis para combater o governo, de qualquer maneira.

"Mais tarde, descobri que, quando estava no tribunal diante do juiz e dos perseguidores, atrás de mim havia representantes dos Estados Unidos, da França, Israel e de toda a Europa Ocidental que anotavam tudo e enviavam aos seus governos" diz Virginia. "Por esse motivo, estou viva e não morta, porque Deus me protegeu".

ATENÇÃO DA MÍDIA OCIDENTAL

Virginia chamou a atenção da mídia ocidental em programas e emissoras, como a ‘Radio Free Europe’ e ‘Voice of America’.

"O governo teve que me deixar presente, caso contrário, eles teriam que responder onde eu estava, qual é a situação e assim por diante", explica Virginia.

Porém, fora do tribunal, a ditadura de Ceausescu se vingou, espancando e torturando-a.

“Lembro-me de ficar ensanguentada, cheio de dor, enquanto muitos deles me espancavam. Eu olhei direto para eles e disse: ‘não gosto do que vocês estão fazendo, mas Deus ama vocês e eu também escolho amar vocês’. Então, eles tiveram que virar o rosto porque começaram a chorar”, conta Virginia.

E, apesar de tudo, fora da prisão, os casos liberdade religiosa que Virginia defendia estavam saindo vitoriosos nos tribunais. Então, certa vez ela se deparou com sua maior provação.

“Era tão arriscado que, quando recebi essa designação, eu disse: ‘Senhor, você lhes deu a chance de pegar a arma e me matar’”, diz Virginia. "Recebi documentos que provariam que o ditador estava mentindo para a América e toda a comunidade internacional [sobre o respeito à liberdade religiosa no país]".

Confiando em Deus, Virginia aceitou a tarefa arriscada de levar os documentos para os americanos.

"Aceitei o trabalho. Criei um bolso escondido no meu terno e coloquei os documentos lá com a intenção de entregá-los à embaixada americana no dia seguinte, porque eu tinha um caso e sabia que eles estariam no tribunal" explica Virginia. "Eles me pegaram e me interrogaram, mas naquele dia eles esqueceram de me revistar".

O ASSASSINO SE TORNA UM NOVO HOMEM

Por causa do milagroso descuido daqueles oficiais que não a revistaram, Virgínia conseguiu entregar os documentos que eventualmente chegaram ao presidente americano na época, Ronald Reagan, e isso acabou enfurecendo o ditador romeno.

"Ele decidiu enviar um homem ao meu escritório, que se apresentou como um 'cliente', mas na verdade era um assassino contratado para me matar", detalha Virginia. "Ele me disse: ‘não sou seu cliente, estou aqui para matá-la’. Então, ele apontou a arma para mim e eu pensei: 'vou morrer'".

Enquanto o assassino gritava com ela, a advogada revidou da única maneira que sabia. Não com violência, mas sim com o Evangelho.

“Olhei para ele e comecei a compartilhar a mensagem de Cristo. Aquele homem era apenas um ser humano como eu, procurando a verdade como costumava parecer há muitos anos ”, lembra Virginia. "Ao compartilhar o evangelho com ele, notei que olhava para o homem que gritava comigo alguns segundos atrás, porém agora se quebrantando sob o poder de Deus".

Notavelmente, em vez de tirar a vida de Virgínia, aquele homem se entregou a Cristo.

"Ele deixou meu escritório como homem livre, de fato, e como meu irmão em Cristo. Nossas vidas nunca mais serão as mesmas", continuou ela.

Virginia entra em mais detalhes sobre seu testemunho inspirador em seu livro, que também tem um capítulo escrito por seu pretenso assassino sobre a notável transformação que o levou a uma vida de dedicação ao Evangelho.

Atualmente, Virginia mora nos Estados Unidos e trabalha como advogada de direitos humanos no país.

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