Norte-coreana se arrisca e viaja por muitas horas para ser batizada

A coreana Bon-Hwa sabia que a decisão de se batizar poderia levá-la até mesmo à pena de morte pela ditadura norte-coreana, mas isso não a intimidou.

Fonte: Guiame, com informações da Portas Abertas (EUA)Atualizado: segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020 às 11:56
A Coreia do Norte permanece pelo 19º ano consecutivo como o país número um em perseguição aos cristãos. (Foto: Voice of Persecuted)
A Coreia do Norte permanece pelo 19º ano consecutivo como o país número um em perseguição aos cristãos. (Foto: Voice of Persecuted)

" - Você acredita que Jesus é o Salvador da sua vida?

- Sim

- Você acredita que somente através do sangue de Jesus você pode entrar no céu após a morte?"

- Sim

- Você aceita que é pecadora e só pode ser salva pelo nome de Jesus?

- Sim”.

Para Bon-Hwa*, a importância desse momento que ela havia esperado por tanto tempo era mais do que a jovem podia imaginar. Ela não suportou e rompeu em lágrimas.

Ela esperou dois anos até esse momento. Há dois anos, Bon-Hwa participou de sua primeira reunião secreta do projeto ‘Women to Women’ da Missão Portas Abertas, organizada especificamente para mulheres norte-coreanas que escaparam de seu país para uma vida melhor e agora vivem ilegalmente na China.

Mulheres norte-coreanas como Bon-Hwa são frequentemente capturadas por traficantes de pessoas e vendidas para prostituição ou casamentos com chineses. Enquanto ajudar refugiados norte-coreanos é proibido na China e considerado um crime sujeito a punições pesadas, os parceiros do ministério Portas Abertas assumem o enorme risco de cuidar de uma série de casas seguras para os cristãos norte-coreanos, além de apoiar as mulheres que são forçadas a se casar.

Bon-Hwa conheceu Jesus nesta reunião secreta e logo estava implorando para ser batizada. As outras mulheres em seu grupo eram crentes há mais tempo que ela e já haviam sido batizadas.

"Ela queria tanto ser batizada que não podia esperar mais", disse o pastor parceiro da Portas Abertas que a batizou.

Normalmente, batizar norte-coreanos é ilegal e arriscado. Exige algum planejamento. Como eles não conseguiram batizar Bon-Hwa na cidade onde ela vivia, com medo de serem capturados e repatriados de volta à Coréia do Norte, as três pessoas envolvidas - Bon Hwa, o pastor e a líder do grupo - viajaram separadamente para uma casa segura da Portas Abertas em uma área remota.

"Demorou muitas horas para chegar ao local", disse um pastor parceiro da Portas Abertas.

Ele descreve o batismo de Bon-Hwa como um "momento sagrado". Vestido com um terno preto com gola branca, ele abriu a pequena cerimônia com uma oração e depois batizou a jovem "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

Juntos na minúscula sala de estar, os três crentes se levantaram e recitaram o Credo Apostólico: "Eu creio em Deus Pai, criador do céu e da terra e em Jesus Cristo, nosso Senhor ..."

Não havia fotos, certificado de batismo, nem outras ovelhas celebrando, porque isso seria muito arriscado. Mas naquele lugar minúsculo, no meio do nada, três cristãos estavam em solo sagrado.

"Eu tive que me conter e me concentrar nos passos da cerimônia", disse o pastor. “Ou então, eu mesmo teria chorado muito e muito alto. Foi um momento tão bonito e um privilégio batizar uma crente norte-coreana nessas circunstâncias”.

Desde seu batismo, Bon-Hwa agora pode recitar todo o Salmo 119, Romanos 8 e outros capítulos da Bíblia. Ela tem plena consciência de que poderia ter sido presa a qualquer dia, mas segue com fé em Jesus.

*Nome fictício adotado por razões de segurança.

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