A nossa presidente eleita

Em suma, a nós nos cabe: orar, honrar e cobrar. Pedir o socorro divino, valorizar a democracia e exercer nossa cidadania

Fonte: guiame.com.brAtualizado: quinta-feira, 6 de novembro de 2014 às 16:30
Dilma
Dilma

Dilma“Tratai a todos com honra, amai aos irmãos, temei a Deus, honrai ao rei” (I Pd 2:17).

Estou torcendo pelo sucesso da presidente eleita. Se ela for bem sucedida, milhões de brasileiros viverão melhor. Pense no que isso pode representar.

Escolas que encantam a criança e o adolescente. Professores valorizados. O país caminhando para ter sua Harvard. Finalmente, deixaremos de ser meros exportadores de commodities para começarmos a estar na vanguarda da ciência e tecnologia. Da favela, do sertão nordestino, do Vale do Jequitinhonha e das comunidades ribeirinhas do Amazonas futuros gênios começarão a ser formados.

Fim das filas de espera para exame de saúde e atendimento médico. Nada da agonia insuportável de conviver com a dor e a expectativa do resultado do diagnóstico que nunca chega. Médicos felizes, por poderem trabalhar em hospitais bem aparelhados e recebendo salário condizente com o valor social incalculável da sua profissão.

Imagine essa outra conquista. Está preparado? O Estado brasileiro não mais nivelado ao bandido, por não aceitar que o seu sistema prisional seja comparado a campo de concentração nazista. Fim das universidades do crime.

Penso noutra coisa. Um pacto nacional pela segurança pública. O Governo Federal como protagonista de grande e inédita mobilização, envolvendo todos os Estados da federação, visando reduzir a taxa de morte violenta no país, que no governo petista chegou a mais de meio milhão de assassinatos, nada muito diferente dos governos anteriores.

Consigo sonhar também com uma presidente que tornará a vida de corruptos e corruptores um inferno. Que não deixará indicação de partido político forçá-la a ter como ministros verdadeiros canalhas incompetentes. O lobby do rico inescrupuloso, sendo assim, sofrendo golpe histórico.

A presidente poderá fazer muito mais. Mas como? Chegou a hora de você e eu pensarmos na nossa responsabilidade pessoal. Sabemos o que queremos que ela seja para o nosso país, mas será que sabemos o que você e eu devemos ser para o Brasil? Sugiro algumas atitudes democráticas.

Primeiro, torcermos a favor. Só espírito de porco, ressentido, ambicioso, orgulhoso, desalmado, para não desejar que ela faça um bom governo. Como anelar por quatro anos infernais de completo fracasso -que representarão morte, destruição e desperdício-, só para mostrarmos que estávamos certos?

Segundo, honramos a nossa presidente. Não vejo benefício para a democracia fazermos piada com ela, a tratarmos com desdém e a insultarmos. Termos uma presidente democraticamente eleita foi resultado de luta que custou lágrima e sangue.

Terceiro, resistirmos firmes a toda tentativa de subversão da ordem democrática. O povo a elegeu. Quem não está satisfeito com os rumos do país, que use livremente a democracia como forma de aperfeiçoamento da democracia, mudança política e transformação social. É mais lento? Sim. Mas, é mais seguro, bonito e racional.

Quarto, sermos justos. Há setores da sociedade que querem nos levar a crer que a presidente e o seu partido erram em tudo o tempo todo. Não é verdade. Vai no sertão e nas favelas conversar com o pobre. Nos últimos doze anos milhões de brasileiros, cuja miséria ignorávamos, passaram a ter o que comer.

Quinto, procurarmos sondar a fonte das informações que recebemos. Foi absurda a quantidade de mentira que circulou nas redes sociais nessas eleições. Há gente paga neste país para disseminar maledicência.

Sexto, cobrar. O alvo é um povo feliz. Precisamos deixar claro para a presidente que o acima exposto está condicionado ao seu nível de fidelidade aos ideais republicanos e compromisso com a Constituição Federal. Portanto, não toleraremos -o que nos levará a gritar nas ruas-, o aparelhamento da máquina estatal, novos casos de corrupção, incompetência, promessas não cumpridas, falta de transparência, ausência de metas mensuráveis acompanhadas de cronograma.

Em suma, a nós nos cabe: orar, honrar e cobrar. Pedir o socorro divino, valorizar a democracia e exercer nossa cidadania.


- Antônio Carlos Costa

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