O Partido Comunista chinês está sinalizando de que vai intensificar o controle sobre o cristianismo e outras religiões durante sua próxima cúpula, na qual vai abordar questões ligadas à religião. Esta é a primeira reunião desse tipo durante os três anos de liderança do presidente Xi Jinping.
Segundo o jornal 'Zhongguo Mingzu Bao' observou em um comentário publicado na última quinta-feira (8), o presidente chinês não é muito aberto com relação à liberdade religiosa.
Embora o artigo não tenha especificado as religiões individuais, ele fez alusão à Igreja, ao clero e dioceses, ou seja, uma aparente referência à Igreja Católica e outras igrejas cristãs.
O artigo deixa implícito que Xi está buscando minimizar a influência estrangeira sobre as instituições chinesas, dizendo que todas as religiões devem ser geridas por organizações religiosas de dentro China.
"Não há necessidade de que certos grupos e indivíduos fora da China se preocupar com isso", diz o artigo.
Comentando a publicação, um padre chinês que se identificou como Pedro afirmou que não tem dúvidas de que a perseguição ao cristianismo irá se intensificar.
"É óbvio que o controle sobre as religiões deve aumentar", disse o sacerdote. "No ano passado isso parecia ser apenas parte de teorias e slogans. Agora se tornou um verdeiro jogo".
O artigo foi publicado nas páginas de mídias sociais do jornal, com a manchete referindo-se a o presidente Xi, com seu apelido, "Xi Dada".
Citando o discurso proferido por Xi durante a reunião da Frente Unida de Trabalho, em maio, o artigo disse que o presidente deixou claro que todas as religiões devem se adaptar à política socialista. Seria "um princípio comum, a ser cumprido por todas as religiões, já que a China comunista foi fundada em 1949".
O governo chinês estabeleceu associações patrióticas para todas as cinco religiões reconhecidas - budismo, catolicismo, taoísmo, islamismo e protestantismo.
O Vaticano se opôs ao controle da China sobre as atividades da Igreja, em particular, a nomeação de bispos e limites administrativos impostos às dioceses.
Em setembro, a Frente Unida de Trabalho, que supervisiona as religiões, anunciou regulamentos que impedem a participação de estrangeiros em instituições religiosas da China e proibe os membros do partido de declarar qualquer religião.
As novas regras chegam em meio a uma campanha de remoção de cruzes das igrejas, que já dura quase dois anos, na província de Zhejiang. Mais de 1.200 cruzes foram removidos das estruturas de igrejas.
A campanha, que tem sido condenada por grupos internacionais de defesa da liberdade religiosa e não mostra sinais de possa vir a se tornar mais branda, segundo fontes informaram à Ucanews .
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições