"Oro para que os governantes da Coreia do Norte se curvem a Deus", diz radialista 'desertor'

Considerado 'desertor' por ter fugido da Coreia do Norte, o radialista cristão Kim Chung-Seong tem usado o seu programa semanal para alcançar os norte-coreanos que ainda continuam sob o jugo da ditadura comunista.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: terça-feira, 31 de maio de 2016 às 13:16
O norte-coreano, Kim Chung-Seong é radialista e usa o s3eu programa semanal para evangelizar o seus compatriotas e também para alertar outros países sobre a gravidade do  regime totalitário na Coreia do Norte. (Foto: Reuters)
O norte-coreano, Kim Chung-Seong é radialista e usa o s3eu programa semanal para evangelizar o seus compatriotas e também para alertar outros países sobre a gravidade do regime totalitário na Coreia do Norte. (Foto: Reuters)

Durante uma hora, a cada dia, o radialista usa  - desertor da Coreia do Norte e missionário cristão - leva o evangelho, usando o seu microfone em um pequeno estúdio de rádio em Seul (Coreia do Sul).

Transmitido a partir de 1 hora da manhã, o seu programa 'Olá, de Seul, a República da Coreia' envia uma mistura de música gospel e notícias na Coreia do Norte, desafiando os esforços do Estado isolado, que insiste em manter seu povo alienado sobre o mundo, a religião e a verdade sobre seus líderes.

"Irmãos e irmãs no Norte, espero que este tempo possa ser um momento de oração por um milagre que cada membro do partido da Coreia do Norte possa se encontrar com Deus e não investir em um culto à personalidade [ditador]", disse Kim.

Ele estava se referindo à reunião do Partido dos Trabalhadores dominantes do Norte este mês, quando o jovem líder Kim Jong Un foi elevado, por unanimidade, a presidente do partido.

"Estou orando desesperadamente para que a Coreia do Norte, o presidente Kim Jong Un e todos os administradores sob ele ajoelhem-se diante de Deus, se arrependam de seus pecados e deixem de atormentar seu povo", disse Kim, que passou a morar na Coreia do Sul em 2004 e hoje trabalha em seu estúdio da 'Far East Broadcasting Company'.

A Coréia do Norte proíbe estritamente o acesso à informação vinda de fora do país, mas um número crescente de norte-coreanos tem acessado 'mídia ilícitas', incluindo programas de TV sul-coreanos, que mostram a prosperidade da vida para além da fronteira altamente fortificada.

Com a miséria assolando cada vez mais sua população, a Coreia do Norte ainda está tecnicamente em guerra com a rica e democrática Coreia do Sul, desde as duas nações decretaram uma trégua ao conflito armado de 1950 a 1953. Apesar da trégua, os dois países nunca assinaram um tratado de paz. O país que atualmente é presidido por um regime ditatorial também tem sido duramente penalizado pela ONU e por outras sanções em razão de seus programas nucleares e de mísseis.

Robert King, enviado especial dos EUA para assuntos norte-coreanos de direitos humanos, disse a um painel do Senado em outubro que até 29% dos norte-coreanos haviam escutado estações de rádio estrangeiras e disse que o meio de comunicação, incluindo os do governo dos Estados Unidos da América, continuam a ser a mais importante maneira de obter informações no país recluso.


"Às escondidas"

Professor de comunicação social na Universidade Sogang, em Seul, Kim Myung-jun disse que os pendrives e DVDs contrabandeados para a Coreia do Norte se baseiam mais em conteúdos de entretenimento, mas as estações de rádio estão mais focadas em notícias.

"Uma vez que você ouve, você tende a continuar ouvindo, mesmo de maneira encoberta. Isso te vicia", disse ele. "As estações de rádio AM, como a 'Far East Broadcasting Company' têm um ótimo alcance e podem ser escutadas claramente em grande parte da Coreia do Norte".

Kim, o radialista, disse que tem buscado deslegitimar a três gerações da ditadura da família Kim e pregar o evangelho em seu show, muitas vezes com companheiros desertores como convidados.

"Não estou dizendo que todos na Coreia do Norte são maus", disse o radialista de 39 anos, que já apresenta o programa há seis anos. "Mas, por exemplo, se um congresso do partido é realizado para idolatrar uma pessoa e fazer 20 milhões de pessoas, escravas dessa pessoa, isso não faz sentido. Isso é o que estou buscando alertar no meu programa".

A Constituição da Coreia do Norte "garante a liberdade de religião" no país, desde que não comprometa o Estado. Fora de um pequeno punhado de locais de culto, controlados pelo Estado, nenhuma atividade religiosa aberta é permitida.

É também ilegal possuir um rádio que possa ser ajustado e os únicos aparelhos de rádio ou de TV permitidos são aqueles pré-definidos para os canais estatais. No entanto, muitos entram em sintonia com programas estrangeiros, utilizando rádios chineses contrabandeados e aparelhos da Coreia do Norte ilegalmente alterados.

Um dos convidados semanais de Kim Chung-Seong, o desertor Ko Ji-eun disse que ela era um ouvinte assíduo do programa de Kim e se escondeu na China por vários anos.

"Os norte-coreanos já estão usando fones de ouvido chineses para não se expor às autoridades", disse Ko. "Muitas pessoas dentro da Coreia do Norte estão ouvindo diversos programas de rádio".

A Coreia do Norte continua no topo da lista como o pior lugar para se viver como um cristão, de acordo com a Portas Abertas. Estima-se que 70.000 estejam presos e mantidos em campos de trabalhos forçados no país. Além disso, a brutalidade continua no Oriente Médio, liderada pelo Estado Islâmico.

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