Pai cristão é preso e acusado de terrorismo na China por educar seus filhos em casa

O caso faz parte de uma nova estratégia do governo comunista para tentar reprimir a Igreja chinesa, através da intervenção nos lares cristãos.

Fonte: Guiame, com informações de Doers of the WordAtualizado: segunda-feira, 2 de agosto de 2021 às 13:26
Zhao Weikai e família. (Reprodução).
Zhao Weikai e família. (Reprodução).

Zhao Weikai, um cristão de 35 anos, da Igreja Reformada Taiyuan Xuncheng, foi detido pela polícia em Taiyuan, província de Shanxi, na China, por se recusar a parar de educar seus filhos em casa.

Zhao e sua esposa Li Xin foram convocados por funcionários da Administração Estatal para Assuntos Religiosos (SARA) e ameaçados de prisão por se recusarem a enviar seus filhos para uma escola pública ateísta. Os pais cristãos ignoraram as ordens do governo comunista e continuaram dando uma educação cristã para os filhos em casa.

Por isso, em 17 de maio, 20 policiais invadiram a casa da família com uma intimação de proselitismo (empenho para converter alguém a uma doutrina religiosa). Zhao e Li foram chamados à delegacia, enquanto os policiais confiscaram livros, um computador, um disco rígido e um pendrive na casa da família. 

Li foi liberada no mesmo dia, mas o esposo Zhao ficou preso por 15 dias e teve seu direito de visita do advogado e da família negado. Quando o advogado do casal reclamou o direito do cliente, as autoridades alegaram que o pedido fora negado porque o caso envolvia informações confidenciais e questões de segurança nacional. 

No dia 7 de julho, Zhao foi novamente convocado pela polícia para interrogatório, desta vez o cristão é considerado suspeito de “detenção ilegal de materiais que promovem o terrorismo e o extremismo”.

Para o Reverendo Eric Foley, da Voz dos Mártires, organização cristã que monitora a perseguição no mundo, “o caso sinaliza um aumento na intervenção do Partido Comunista da China (PCC) em lares cristãos. O Partido prevalece sobre os pais em todos os aspectos da vida de uma criança. Os pais devem agir como extensões do estado ou enfrentar punições severas”.

Nova estratégia de repressão

De acordo com a Voz dos Mártires, a polícia usou a investigação do caso da educação domiciliar de Zhao para coletar informações de sua igreja. Zhao não é o pastor da Igreja Reformada Taiyuan Xuncheng, mas trabalha de perto com o líder An Yankui. O irmão Zhao e o pastor An estudaram teologia juntos no Seminário Chengdu Huaxi.

“Eles prenderam o irmão Zhao sem um mandado de prisão e revistaram sua casa sem um mandado de busca. Eles o convocaram e o detiveram usando a desculpa de educar seus filhos em casa, mas o interrogaram sobre nossa igreja, completamente irrelevante para o caso. Até agora, sua família não recebeu nenhum documento, nem mesmo uma lista de itens apreendidos, nem um aviso de detenção. Tudo permanece em segredo, em segredo público. As autoridades do PCC perseguem a igreja de Deus”, denunciou o pastor An.

Durante anos, o governo chinês focou nas megaigrejas para tentar reprimir o cristianismo no país. Porém, as igrejas responderam a perseguição mudando o modelo de mega igrejas, com pastores profissionais e educadores cristãos, para um modelo baseado em casa, onde pais cristãos como Zhao e Li são responsáveis pelo evangelismo e discipulado de seus filhos.

“O governo chinês sabe que é o modelo baseado em casa, não o modelo de megaigreja, que é o futuro da igreja chinesa”, apontou o Rev. Eric Foley. “Portanto, eles estão dedicando cada vez mais recursos do Estado para reprimir os pais cristãos. Como cristãos no resto do mundo, precisamos dedicar mais recursos para apoiar os pais cristãos chineses como Zhao e Li. Eles são a nova “linha de frente” da igreja chinesa”, concluiu Foley.

 

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