POPULAÇÃO: 112,7 milhões
CRISTÃOS: 67,4 milhões
RELIGIÃO: Cristianismo e islamismo
GOVERNO: República parlamentarista
LÍDER: Sahle-Work Zewde
POSIÇÃO: 36º na Lista Mundial da Perseguição
Na Etiópia, um dos fatores que mais se destacam na perseguição aos cristãos é o extremismo islâmico. Particularmente, nas partes leste e sudeste do país, os convertidos do islamismo ao cristianismo podem ser perseguidos e oprimidos pela família e comunidades vizinhas.
Em algumas dessas regiões, os cristãos não têm acesso aos recursos da comunidade, são condenados ao isolamento e discriminados. Além disso, alguns chegam a enfrentar a violência quando extremistas islâmicos atacam igrejas e casas.
Outras fontes de perseguição são: protecionismo denominacional, paranoia ditatorial e hostilidade etno-religiosa. Além disso, parentes, cidadãos e quadrilhas, líderes religiosos não cristãos e oficiais do governo podem dificultar bastante a vida dos cristãos no país.
Protecionismo denominacional e paranoia ditatorial
Como o governo tem um relacionamento especial com a Igreja Ortodoxa Etíope, outras denominações – especialmente protestantes evangélicos e pentecostais – são perseguidas pelo Estado e pela Igreja Ortodoxa.
Os cristãos que mudam de denominação e deixam a Igreja Ortodoxa estão sujeitos à pressão da família e da comunidade e podem enfrentar maus-tratos significativos. As igrejas também podem ser impedidas de realizar reuniões religiosas.
Como vivem as cristãs etíopes
As mulheres estão sujeitas a perseguições mais específicas na Etiópia. Se uma mulher casada se converte ao cristianismo em uma área não cristã, é provável que tenha que se divorciar e, como consequência, pode perder a custódia dos filhos.
Um evento recorrente que assusta as mulheres é o sequestro seguido do casamento forçado com um homem não cristão. Isso pode acontecer com meninas a partir de 11 anos de idade, principalmente nas áreas rurais. Há também o costume do casamento arranjado pela própria família e, após o casamento, a esposa deve seguir a religião do marido, independente de sua fé anterior.
O abuso sexual, sem o casamento forçado que o acompanha, é visto como um meio eficaz de punir uma mulher ou menina cristã. O crime resulta no isolamento da comunidade. Pela sua decisão de seguir a Cristo, ela não poderá mais se casar ou ser educada, e a família sofrerá com a “vergonha”.
Quando uma esposa muçulmana se converte ao cristianismo, o divórcio é o resultado mais provável. Mesmo que o marido não solicite o divórcio, a família o pressionará a fazê-lo para proteger a honra do sobrenome e os netos da “corrupção”.
Os anciãos que presidem um tribunal tribal entendem a fé cristã como um desvio perigoso e fazem de tudo para evitar a propagação do cristianismo na tribo. Os anciãos mais velhos provavelmente concederão a custódia de todos os filhos ao marido.
Como os homens cristãos etíopes são perseguidos
Normalmente, os homens cristãos são violentados fisicamente e costumam ser deslocados quando sua fé é revelada. Os novos convertidos são forçados a deixar suas casas e vilas para viver em outras regiões.
Culturalmente, as famílias contam com a ajuda dos homens e dos meninos em tempos difíceis, logo, atacá-los é uma forma estratégica de enfraquecer a família.
Às vezes, eles são recrutados à força por grupos rebeldes militantes, e também são alvo de tortura e agressão. Raptos, ameaças e empobrecimento tático de homens estão afetando muito as famílias cristãs.
Depoimento de um cristão etíope
"Meus parentes são muçulmanos e oram cinco vezes ao dia. Quando aceitei Jesus Cristo, parei de orar com eles. Eles me disseram que eu contaminei a cultura. Na verdade, eles dieeram que eu traí a eles e à fé. Eles me forçaram a sair de casa e se recusaram a me dar comida e abrigo. Eles até ameçaram me matar, pois acham que quando eu ficar com fome, vou voltar. Apesar de todas essas coisas, a proteção de Deus me salvou". (Khalid, cristão perseguid na Etiópia)
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