Países que perseguem a Igreja: como vivem os cristãos no Butão

Em meio a uma comunidade budista, os cristãos são rejeitados e quando querem se reunir para adorar a Deus, fazem isso de forma ilegal.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021 às 11:54
Em países de maioria budista, cristãos são vistos como “destruidores” da unidade e cultura do país. (Foto: Portas Abertas)
Em países de maioria budista, cristãos são vistos como “destruidores” da unidade e cultura do país. (Foto: Portas Abertas)

POPULAÇÃO: 835 mil
CRISTÃOS: 30 mil
RELIGIÃO: Budismo e hinduísmo
GOVERNO: Monarquia constitucional
LÍDER: Jigme Khesar Namgyel Wangchuck
POSIÇÃO: 43º na Lista Mundial da Perseguição

O nacionalismo religioso é a principal fonte de perseguição no Butão. O governo pressupõe que todos os cidadãos são budistas. Quem se converte ao cristianismo é observado com desconfiança. Geralmente, há uma pressão por parte da comunidade local, dos líderes religiosos e da própria família.

A conversão traz vergonha para os familiares, tanto que os parentes se esforçam muito para trazer o convertido de volta à fé original. Se isso falhar, o cristão é repudiado. As igrejas que existem no país não possuem reconhecimento oficial do governo, isso quer dizer que os seguidores de Cristo que cultuam juntos estão, tecnicamente, adorando de forma ilegal. Muitos cristãos fazem parte da minoria nepalesa.

Dificuldades encontradas pelos cristãos butaneses

As autoridades locais, muitas vezes, se recusam a emitir aos cristãos um “certificado de não objeção”, que é necessário para pedidos de empréstimos, registro de propriedade, solicitação de empregos e renovação dos documentos de identidade.

Como o budismo está enraizado no cotidiano do Butão, os monges costumam rejeitar a presença de cristãos, principalmente em áreas rurais. Oficiais do governo farão o que for necessário para preservar a herança budista do país. Muitos funcionários são fortemente influenciados por monges budistas, e há uma prática de longa data de monges trabalhando para o governo.

Depoimento de uma cristã butanesa

“Crescendo em uma família budista, eu era responsável por agradar as divindades que meus antepassados adoravam, e seguir todas as práticas culturais e tradicionais que nós, como família budista, costumávamos fazer. Mas agora, depois de me tornar cristã, percebi que estávamos errados em tantas coisas. Era como sair da escuridão e ser capaz de ver novamente. Nossos pais nos diziam que se não fizéssemos esses rituais e práticas, adoeceríamos. Se algum mal se abatesse sobre a família, era porque não tínhamos apaziguado as divindades e nossos deuses.” (Miriam, cristã perseguida no Butão)

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