Pastor é preso por se recusar a entrar para igreja liderada pelo governo, na China

Após a prisão do pastor Jin Tianming, os membros da igreja 'Shouwang' foram proibidos de se reunir no templo, mas continuaram a realizar os cultos ao ar livre.

Fonte: Guiame, com informações do Gospel HeraldAtualizado: sexta-feira, 3 de março de 2017 às 12:17
Membros da igreja Shouwang realizam culto na neve. (Foto: The Dui Hua Foundation)
Membros da igreja Shouwang realizam culto na neve. (Foto: The Dui Hua Foundation)

As autoridades da China prenderam um pastor, reformaram sem permissão o templo da igreja por ele liderada e assediaram seus congregantes, tudo porque se recusaram a se unir à 'Igreja dos Três Poderes' ('TSPM'), que é administrada pelo governo do país.

A agência chinesa de vigilância sobre a perseguição religiosa, 'China Aid', relatou que no meio do ano de 2009, a polícia começou a perseguir os membros da Igreja Shouwang, liderada pelo pastor Jin Tianming, em Pequim e exigir que eles se juntassem à 'Igreja dos Três Poderes'.

Conforme relatado, uma vez que as igrejas aderem à TSPM, elas devem aceitar a supervisão do governo e obter a aprovação dos departamentos religiosos antes de realizar qualquer atividade. Além disso, a igreja comandada pelo governo proíbe explicitamente seus membros de criar seus filhos sob os princípios da fé cristã, rotulando a prática como "lavagem cerebral".

Na época em que a igreja foi perseguida pelo governo, o pastor Jin Tianming assegurou que ele e os fiéis da comunidade cristã não atenderiam às ordens do governo, já que a TSPM é, na verdade, "um movimento político liberal que diminui a divindade de Cristo, a autoridade da Sagrada Escritura e o conceito de justificação pela fé".

Como resultado, os membros da Igreja Shouwang foram assediados e proibidos de voltar ao templo, o que os forçava a realizar seus cultos ao ar livre. Como o pastor Jin se recusou a se curvar às exigências das autoridades, ele foi preso em regime domiciliar.

Enquanto os membros da igreja realizavam um dos cultos ao ar livre, as autoridades se aproximaram deles e ofereceram-se para libertar Jin se eles parassem com as atividades. O pastor soube da proposta e incentivou os membros da igreja a não aceitarem o acordo em seu nome.

Agora, a igreja se atreve a reunir-se apenas em pequenos grupos em casas individuais e eles ainda temem que essas reuniões também sejam proibidas e Jin permanece sob constante vigilância.

"Jin Tianming ainda está sob prisão domiciliar e só é permitido receber visitas duas horas por dia. Sua esposa também não tem permissão para sair de casa aos domingos", diz o relatório da China Aid. "Sua casa é constantemente vigiada por três agentes do governo e ele só tem a permissão de receber visitas às 16h ou 17h (à tarde)".

Além disso, a empresa que é dona do prédio alugado pela Igreja Shouwang violou o contrato renovando-o sem que a Comunidade soubesse. Desde que a propriedade foi alugada, seu valor dobrou e os membros da igreja temem que a empresa tenha outras finalidades planejadas para ela.

A China está em 39º lugar na lista mundial de 50 países onde os cristãos enfrentam maior perseguição: "Como os cristãos são a maior força social na China não controlada pelo Partido Comunista", declarou a Portas Abertas em seu relatório de 2017, "existem crescentes esforços para colocá-los sob controle estatal".

Recentemente, o governo comunista prendeu quatro missionários cristãos sul-coreanos e expulsou pelo menos 32 outros, depois de realizar uma série de ataques policiais contra igrejas, segundo relatos.

Os missionários estavam trabalhando na região de Yanji, no nordeste do país, durante décadas, prestando assistência a pessoas que fugiam da Coreia do Norte e buscavam refúgio na China.

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