Pastor sequestrado na Nigéria é assassinado mesmo após resgate pago

Mesmo após o pagamento do resgate, o Rev. James Audu Issa foi morto por extremistas Fulani.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: segunda-feira, 13 de outubro de 2025 às 18:07
Rev. James Audu Issa. (Foto: Reprodução/Morning Star News/Igreja ECWA, Ekati)
Rev. James Audu Issa. (Foto: Reprodução/Morning Star News/Igreja ECWA, Ekati)

Um pastor que foi sequestrado em agosto no estado de Kwara, foi encontrado morto recentemente após o pagamento do resgate exigido por extremistas Fulani na Nigéria.

O Rev. James Audu Issa, da Igreja Evangélica Winning All (ECWA), foi sequestrado em 28 de agosto de sua casa na cidade de Ekati, no condado de Patigi e encontrado morto no deserto em 2 de outubro.

“O pastor foi morto por bandidos Fulani que aterrorizavam as áreas de governo local de Edu e Patigi, no estado de Kwara”, disse o vizinho Peter Kolo, ao Morning Star News.

Os extremistas Fulani exigiram inicialmente US$ 62.500 como resgate. Então, a família do pastor e a comunidade Ekati conseguiram negociar a redução do valor para US$ 3.125.

“Os familiares do pastor, aflitos, e a comunidade Ekati conseguiram negociar a redução da quantia que pagaram em uma tentativa de garantir a liberdade do pastor”, contou Peter.

Contudo, mesmo após o pagamento, os sequestradores continuaram a exigir mais US$ 28.125: “Tragicamente, antes que qualquer negociação pudesse ocorrer, o Rev. James foi morto pelos Fulani”.

Após o assassinato, Romanus Ebeneokodi, um dos pastores da igreja, declarou: “Este pastor inofensivo foi abatido, um entre muitos, deixando sua esposa, filhos, parentes, igreja e amigos em agonia”.

Ralph Madugu, editor da revista “Today's Challenge” da ECWA, classificou o assassinato como mais um de uma série de ataques direcionados a cristãos e seus líderes.

“Ainda assim, há alguns funcionários do governo negando que haja genocídio contra cristãos?”, questionou Ralph.

A perseguição religiosa no país

O relatório da Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety) aponta mais de 7.000 cristãos assassinados nos primeiros 220 dias de 2025, na Nigéria.

Esses números representam uma média alarmante de 35 mortes por dia, segundo dados recentes publicados pela ONG de direitos humanos, repercutido pela Newsweek.

A Nigéria se tornou o principal epicentro da perseguição religiosa, concentrando, segundo a organização Portas Abertas, mais mortes de cristãos por sua fé do que o restante do mundo somado.

De acordo com a Intersociety, desde 2009 a violência já deslocou ao menos 12 milhões de cristãos. Foi nesse ano que o Boko Haram iniciou sua insurgência para instaurar um califado na Nigéria e em outras regiões do Sahel.

Nos 16 anos seguintes, a Intersociety estima que a violência tenha causado 189 mil mortes de civis, entre eles cerca de 125 mil cristãos e 60 mil muçulmanos não radicais.

Apesar de a Nigéria garantir, em lei, mais liberdade religiosa que outros países da lista de observação da Portas Abertas, “a maior ameaça vem de militantes islâmicos que buscam eliminar o cristianismo e os cristãos da região”, alerta a organização.

A Nigéria ocupa o 7° lugar da Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas, que reúne os países onde é mais difícil ser cristão. O levantamento mostra que, dos 4.476 cristãos mortos por sua fé em todo o mundo no período analisado, 3.100 (69%) foram assassinados na Nigéria.

De acordo com o relatório, “a medida da violência anticristã no país já está no máximo possível”, conforme a metodologia da pesquisa.

Na região centro-norte, onde há maior concentração de cristãos, milícias extremistas Fulani atacam comunidades agrícolas, resultando em centenas de mortes. No norte, terroristas jihadistas como Boko Haram e Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP) ampliam a violência com invasões, sequestros, estupros e assassinatos, sobretudo em áreas com baixa presença do governo federal.

O documento também alerta sobre o avanço da violência no sul do país e o surgimento do grupo terrorista jihadista Lakurawa, ativo no noroeste. Com armamento sofisticado, estão ligados à rede Al-Qaeda por meio da insurgência Jama’a Nusrat ul-Islam wa al-Muslimin (JNIM), originária do Mali.

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