Durante sua visita à Eritreia, em 2014, o missionário Todd Nettleton, apresentador da rádio Voz dos Mártires nos EUA e autor do livro “Quando a fé é proibida”, disse que conheceu vários pastores e cristãos que foram presos por crer em Jesus.
Recentemente, ele lembrou de dois deles, Kiflu Gebremeskel e Haile Nayzgi: “No dia 22 de julho, eles completaram 7.000 dias de prisão” — quase 20 anos.
“Dois anos antes da minha visita, o governo de partido único da Eritreia, liderado pelo presidente Isais Afwerki, ordenou que os líderes de quase todas as igrejas protestantes fechassem suas portas”, disse.
“Da noite para o dia, os cultos públicos foram restritos apenas às igrejas ortodoxa, católica e luterana”, continuou. “Mas, embora o governo pudesse trancar as portas das igrejas, não poderia mudar seu propósito ou interromper seu trabalho”, disse ainda.
‘Cristãos foram tachados de traidores anti-patrióticos’
Todd conta que pastores e membros de igrejas não aprovadas passaram rapidamente de serviços públicos abertos para grupos domésticos e reuniões secretas.
“Então, as autoridades da Eritreia começaram a prender cristãos e a mandá-los para a prisão. Muitos foram enviados para acampamentos militares no deserto, enquanto outros foram trancados em contêineres de metal ou mantidos em celas subterrâneas escuras”, citou.
“Os cristãos foram tachados de traidores anti-patrióticos por colocarem a obediência a Deus à frente da obediência ao governo ou da Frente Popular de Afwerki para Democracia e Justiça (PFDJ)”, disse ainda.
‘Você vai negar a Cristo?’
Todd conta que um pastor que ele conheceu na Eritreia disse que a primeira pergunta feita aos prisioneiros cristãos é: “Você vai negar a Cristo?”
“Outro pastor me mostrou como ele foi tratado na prisão, deitado de bruços com as mãos e os pés amarrados atrás das costas”, compartilhou.
“Reunião após reunião, ouvi histórias inspiradoras de como Deus encorajou e capacitou os eritreus que foram presos por causa de sua fé cristã. Um deles disse que a perseguição não é nada fácil, mas é algo útil”, lembrou.
Afirmando e expandindo esse pensamento, outro pastor disse: “Nada vem a nós sem a vontade de Deus. Apesar de não entender, através da perseguição a igreja cresce”.
‘7.000 dias de prisão’
Ao se lembrar dos pastores Kiflu e Haile, que nunca foram acusados formalmente de um crime e a quem foram negados apoio jurídico e um julgamento, Todd faz uma reflexão: “Por favor, pense um pouco sobre esse número”.
“São 1.000 semanas longe de suas famílias. As crianças que eram muito pequenas quando os pais foram presos agora estão formadas na faculdade. Quantos marcos familiares esses dois cristãos perderam nos últimos 7.000 dias?”, levantou a questão.
“Como pai e avô, eu choro ao pensar em todos os momentos significativos que eles sacrificaram por causa de Cristo e de seu reino. Se você é cristão, peço para que ore por eles”, continuou.
Todd acredita que Deus tem sustentado os cristãos perseguidos através de muitas provações e longas prisões: “Eu ouvi histórias incríveis de como ele trabalhou em celas de prisão na China, Irã e Sudão”.
“Podemos orar pedindo a Deus para escrever histórias semelhantes, ainda hoje, nas vidas do pastor Kiflu e do pastor Haile. Que Deus os sustente, proteja e cuide de suas esposas, filhos e netos. Ore para que Deus, através de sua graça, reúna essas famílias em breve”, pediu ao concluir.
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