Pela 2ª vez, extremistas muçulmanos queimam igreja na Nigéria

Um membro afirmou que os extremistas não permitiram que os cristãos tivessem um lugar para cultuar a Deus.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: sexta-feira, 16 de agosto de 2024 às 18:29
Muitas comunidades cristãs têm sofrido com ataques extremistas. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)
Muitas comunidades cristãs têm sofrido com ataques extremistas. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)

No último sábado (10), extremistas muçulmanos incendiaram pela 2ª vez uma igreja no estado central do Níger, na Nigéria.

Segundo o pastor Samson Ogbebor, é a segunda vez que o templo da Igreja Cristã Redimida de Deus (RCCG) na cidade de Kontagora é destruído pelos muçulmanos.

“Recebi um pedido de socorro informando que nossa igreja estava pegando fogo e, ao chegar lá, vi a igreja sendo incendiada e propriedades saqueadas por bandidos”, disse Samson ao Morning Star News. 

E continuou: “Esta igreja enfrentou muitos desafios, há cerca de 10 anos atrás, alguns bandidos muçulmanos vieram e a queimaram completamente, e através de nosso próprio esforço, conseguimos reconstruir o templo de adoração”.

O pastor contou que os extremistas muçulmanos fizeram várias tentativas mal sucedidas de impedir que os cristãos locais construísse o templo.

“Nós eventualmente concluímos a construção do prédio da igreja, mas eles não cederam em sua oposição a permitir que nós, como cristãos, tivéssemos um lugar de culto na cidade”, disse ele.

Relatos da perseguição local

Markus Emmanuel, um membro da igreja, disse que correu para o local depois de receber uma ligação sobre o incêndio.

“O prédio foi completamente destruído pelo fogo. Alguns moradores disseram que viram um grupo de muçulmanos entrarem nas instalações da igreja e incendiarem o prédio”, relembrou Markus.

“Esta é a segunda vez que nosso templo foi destruído. Há 10 anos, um grupo de fanáticos muçulmanos que se opunham à construção da igreja naquele local o incendiou, antes que a obra terminasse”, acrescentou.

O diácono John Aboje pediu aos líderes muçulmanos da cidade que tomem medidas para preservar a liberdade religiosa dos cristãos na área predominantemente muçulmana do governo local de Kontagora.

“Só queremos implorar ao governo estadual e aos líderes muçulmanos que obriguem os perpetradores a permitir a liberdade de culto”, afirmou John.

Em um comunicado, o Rev. Bulus Dauda Yohanna, presidente da Associação Cristã da Nigéria (CAN), Capítulo do Estado do Níger, confirmou a destruição da igreja.

“A destruição da igreja RCCG não é apenas bárbara e injustificável, mas também uma experiência muito dolorosa para a comunidade cristã na cidade de Kontagora”, disse Yohanna em nota. 

E continuou: “Há a necessidade de funcionários do governo em Kontagora tomarem medidas rigorosas para acabar com atividades grotescas dos fanáticos. Este incidente criou tensão religiosa”.

“Para ser franco, questões como essa devem ser solucionadas, e as pessoas que fizeram isso devem enfrentar a lei”, acrescentou.

Posicionamento do governo

Aisha Wakaso, assessora de imprensa do governador Mohammed Bago, informou em um comunicado que o governador condenou a destruição do prédio da igreja:

“Condenamos totalmente esse ato e dizemos aos nossos irmãos e irmãs cristãos, bem como a outros habitantes do estado do Níger, que o governo prioriza sua segurança, proteção e liberdade de religião”.

“Nosso estado utiliza sua diversidade e a coexistência pacífica de todos os grupos religiosos e étnicos. Não vamos tolorar esse ato estúpido de violência”, acrescentou.

De acordo com Aisha, o governador solicitou que todas as agências de segurança relevantes conduzissem um inquérito imediato e completo sobre o ataque.

“Estamos convencidos de que os autores desse horrível incêndio criminoso serão rapidamente descobertos e processados”, relatou o comunicado.

E concluiu: “A administração fará com que os envolvidos sejam punidos em toda a extensão da lei. Pedimos ao povo de Kontagora e do estado do Níger que fique calmo e se abstenha de vingança ou violência. Vamos continuar a colaborar para preservar a paz e a união que definem nossa magnífica nação”.

A Nigéria ficou em 6º lugar na Lista Mundial de Observação da Missão Portas Abertas de 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão.

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