Perseguição religiosa deve aumentar na China e Índia em 2021, diz pesquisa

A organização 'Release International' divulgou uma pesquisa alertando que a intolerância, sobretudo contra os cristãos, deve aumentar em diversos países.

Fonte: Guiame, com informações da Release International / Christian PostAtualizado: quinta-feira, 31 de dezembro de 2020 às 11:37
Cristãos chineses participam de momento de adoração em igreja de Pequim. (Foto: Greg Baker/AFP via Getty Images)
Cristãos chineses participam de momento de adoração em igreja de Pequim. (Foto: Greg Baker/AFP via Getty Images)

Embora a perseguição religiosa na China e na Índia deva aumentar em 2021, a exposição à Bíblia está aumentando na Coreia do Norte, o país mais repressivo do mundo, de acordo com a pesquisa anual ‘Persecution Trends’ da organização Release International.

Em seu último relatório, a Release International, uma organização internacional de vigilância sobre perseguição religiosa sofrida por cristãos em todo o mundo, disse que a perseguição está aumentando na China e provavelmente continuará crescendo em 2021.

A organização citou a recente aprovação de novas leis mais rígidas que controlam as religiões, o fechamento de várias igrejas e o número crescente de igrejas registradas forçadas a instalar câmeras e colocar pôsteres proclamando os ideais e crenças comunistas.

No entanto, o Partido Comunista Chinês “comprou o silêncio da comunidade internacional” por meio do aumento da dependência do comércio, afirmou a Release International.

“O governo do presidente Xi Jinping está intensificando a sua ‘limpeza’, para eliminar qualquer coisa que não corresponda à agenda comunista. Eles parecem acreditar que podem conseguir isso por meio de oposição sistemática”, advertiu o grupo.

Fazendo coro com outros relatórios, a Release International disse que a China tem explorado a pandemia da Covid-19 para aumentar as restrições aos cristãos que praticam sua fé em segredo.

No início deste ano, foi relatado que, em meio ao surto, os empobrecidos aldeões cristãos da China foram obrigados a renunciar à sua fé e substituir as exibições de Jesus por retratos do ex-presidente Mao Tse-Tung e do atual presidente Xi Jinping ou correriam o risco de perder seus benefícios sociais.

“O governo chinês está tentando tirar proveito do vírus de todas as formas, aumentando a repressão às igrejas cristãs”, disse o pastor Bob Fu, líder da ChinaAid, que também é associado à Release International. “Isso acelerou campanhas específicas, como a remoção forçada de cruzes dos templos”.

Perseguição na Índia

O grupo também acredita que a intolerância religiosa contra os cristãos e outras minorias religiosas deve aumentar na Índia durante o ano de 2021. Em grande parte isso se deve ao crescente nacionalismo hindu no país.

A Release International observou que os incidentes contra cristãos indianos aumentaram vertiginosamente desde 2014, quando Narendra Modi, do Partido Bharatiya Janata (nacionalista hindu), assumiu o poder.

Ele citou estatísticas que revelam que os cristãos sofreram 225 incidentes de violência de motivação religiosa durante os primeiros 10 meses de 2020, em comparação com 218 incidentes no mesmo período em 2019. Muitos desses ataques foram cometidos por vigilantes.

Em setembro de 2020, extremistas hindus incitaram multidões de até 3.000 pessoas a atacar cristãos em três vilas no estado de Chhattisgarh.

Thomas Schirrmacher, o recém-nomeado chefe da Aliança Evangélica Mundial, que representa mais de 600 milhões de cristãos evangélicos em todo o mundo, disse anteriormente ao site ‘Christian Post’, que a supremacia hindu é o combustível de grande parte da perseguição naquele país.

“As eleições são ganhas pelo primeiro-ministro com este tópico:‘A Índia é para os hindus’, e de repente muçulmanos e cristãos se encontram em um país que claramente quer se livrar deles”, disse ele. “Eles promovem a ideia de que um indiano por natureza é hindu. Portanto, se ele não é hindu, foi ‘roubado’ de sua pátria e deve ser reconvertido”.

“Esta ideia não era comum há 10 anos e levou a um aumento na discriminação e assassinatos de cristãos indianos e outras minorias”, disse ele, acrescentando que os cristãos nos países ocidentais devem “falar abertamente” pelos perseguidos por sua fé.

O relatório faz parte da Pesquisa Anual de Tendências de Perseguição da Release International, publicada na edição recente da revista ‘Voice Release International’. Além da China e da Índia, o RI previu que Malásia, Irã, Paquistão, Egito e Nigéria também enfrentarão maior perseguição no próximo ano.

Esperança

Curiosamente, a organização também informou que seus parceiros conseguiram dobrar a distribuição de Bíblias para cristãos na Coreia do Norte em 2020, apesar das restrições em razão da Covid-19. De acordo com Portas Abertas (EUA), a Coreia do Norte está classificada em primeiro lugar em sua lista de países onde é mais difícil para os cristãos viver.

“Este foi o ano mais criativo que testemunhamos na igreja clandestina até hoje”, disse o grupo.

Um relatório anterior descobriu que a porcentagem de cidadãos norte-coreanos que são expostos à Bíblia aumenta constantemente a cada ano, apesar da extrema perseguição.

Antes de 2000, apenas 16 pessoas afirmavam ter visto uma Bíblia no país. Depois de 2000, cerca de 559 desertores norte-coreanos disseram ter “visto uma Bíblia”, embora qualquer literatura religiosa esteja proibida no país isolado.

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