Perseguidas: como é a violência contra meninas e mulheres cristãs no mundo

No Dia Internacional da Mulher, dados da Portas Abertas revelam como é a perseguição às seguidoras de Jesus.

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: segunda-feira, 8 de março de 2021 às 13:37
Em todo o mundo, as mulheres e meninas cristãs enfrentam dupla vulnerabilidade: por serem mulheres e por serem cristãs. (Foto: Divulgação/Portas Abertas).
Em todo o mundo, as mulheres e meninas cristãs enfrentam dupla vulnerabilidade: por serem mulheres e por serem cristãs. (Foto: Divulgação/Portas Abertas).

Nos últimos anos a violência contra meninas e mulheres cristãs vem crescendo em todo o mundo, de acordo com levantamento da Missão Portas Abertas. Casos de violência sexual, sequestros e agressões às seguidoras de Cristo revelam que a questão de gênero está relacionada com a perseguição religiosa.

Segundo explicação da Portas Abertas, os perseguidores tem como alvo indivíduos vulneráveis, fazendo com que as mulheres cristãs se tornem duplamente vulneráveis. Em países que não garantem proteção legal às mulheres, as cristãs são alvos fáceis.

A perseguição contra mulheres cristãs pode ser mais oculta em relação à perseguição sofrida por meninos e homens cristãos. Enquanto os irmãos são agredidos publicamente, demitidos de seus empregos ou presos pelo governo, as irmãs sofrem violência sexual, cárcere doméstico e casamento forçado. É por esta razão, que o sofrimento de meninas e mulheres cristãs são, muitas vezes, invisível e ignorado.

Leah e Lucina: garotas de fé e coragem

Leah Sharibu, uma jovem cristã de 15 anos da Nigéria, foi uma das 109 meninas de Chibok capturadas pelo grupo islâmico Boko Haram em 2018. O grupo extremista se opõe a educação de meninas, por isso, ser mulher tornou Leah vulnerável e ser cristã a tornou duplamente vulnerável.

Três anos depois, com quase 18 anos, Leah continua sendo a única menina ainda em cativeiro por se recusar a negar sua fé cristã e se converter ao Islã. Ela é um exemplo de fé, coragem e compromisso com Cristo.


Leah Sharibu continua desaparecida após três anos de sequestro, mas a família da jovem não perdeu as esperanças de encontrá-la. (Foto: Divulgação/Portas Abertas).

As garotas cristãs também são usadas para atingir homens e comunidades cristãs. Quando Boutros, em evangelista do Sudoeste Africano, se recusou a parar de pregar o evangelho a sua comunidade local, sua filha Lucina, de 19 anos, foi sequestrada, agredida e forçada a se casar. 

"Líderes religiosos locais tentaram muitas vezes me fazer voltar à minha religião de nascimento, mas eu sempre disse não. Eles me atacaram, ameaçaram me matar. Zombaram de mim, desprezaram a mim e a minha família, mas não me importo. Eu suportei tudo. Mas eles se vingaram de mim realizando violência sexual com minha filha! O que é que eu posso fazer? Eu não posso fazer nada", desabafou o evangelista.

Pouco tempo depois que Lucina foi sequestrada, a região entrou em isolamento social devido à pandemia, dificultando o resgate da menina. Três meses depois, ela foi encontrada traumatizada, desnutrida e grávida.

Mulheres e meninas cristãs como Lucina, são utilizadas como “peões” a fim de derrubar comunidades cristãs. A estratégia perversa é usar as garotas como geradoras de filhos; elas são aliciadas, sequestradas e traficadas para evitar o crescimento da população cristã.

Em Burkina Faso, por exemplo, os líderes mulçumanos encorajam os jovens mulçumanos a se casarem com filhas de líderes cristãos e membros da igreja com o objetivo de convertê-la ao islã, garantido assim a conversão geracional no futuro.

Como a Portas Abertas ajuda mulheres cristãs em todo o mundo?


Leah Sharibu continua desaparecida após três anos de sequestro, mas a família da jovem não perdeu as esperanças de encontrá-la. (Foto: Divulgação/Portas Abertas).

Através do programa de restauração, a Portas Abertas treina líderes cristãos para tomar medidas para proteger as congregações e desenvolver resiliência.

Isso inclui o desafio de quebrar o preconceito dentro das comunidades cristãs em torno do desemprego e da violência sexual, que muitas vezes acaba impedindo que as vítimas se curarem e se reintegrarem à sociedade.

Homens que perderam seus empregos por causa da fé enfrentaram exclusão e vergonha. Em alguns casos, as meninas cristãs que foram abusadas sexualmente sofrem discriminação, pois são vistas como "manchadas" pelas famílias e comunidades, e os filhos que podem ter como consequência do abuso, são considerados uma acréscimo indesejado. 

“A perseguição religiosa específica de gênero é mais eficaz quando a comunidade cristã concorda com os perseguidores e expõe a vulnerabilidade dos homens e mulheres. Se um cristão é evitado ou tratado como se não tivesse futuro na comunidade, então o perseguidor conseguiu o atingir”, explicou a Portas Abertas.

A Missão Portas Abertas também desenvolve programas para apoiar vítimas da perseguição violenta.

 

 

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