Polícia ameaça prender família cristã se filha não voltar para 'marido' muçulmano

Fouzia Sadiq, de 30 anos de idade, havia sido sequestrada, estuprada e forçada a se casar com um muçulmano. Após conseguir fugir do cariveiro, sua família tem sido ameaçada pela polícia paquistanesa.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sábado, 13 de fevereiro de 2016 às 16:13

Uma cristã paquistanesa, mãe de três filhos, que foi sequestrada e forçada se casar com um muçulmano há mais de seis meses escapou do cativeiro e vive agora na clandestinidade, enquanto as autoridades locais ameaçam prender membros de sua família se ela não for voltar a ela abdutor.

Fouzia Sadiq, de 30 anos de idade - cuja toda família é submetida a trabalhos forçados em um forno de tijolos em Pattoki - tornou-se 'propriedade' do muçulmano Muhammed Nazir, de 60 anos de idade, após ter sido sequestrada. O crime ocorreu quando a mulher foi chamada, supostamente para prestar serviços de limpeza na casa de Nazir.

Embora a família de Fauzia estivesse esperando que ela voltasse para casa mais tarde naquele dia, ela nunca mais voltou. Como relatado anteriormente, Paris - o irmão de Fauzia - foi à casa de Nazir para saber sobre sua irmã e foi informado que ela voltaria no dia seguinte. Quando Fouzia não retornou no dia seguinte, seu irmão voltou à residência do muçulmano e recebeu a notícia de que ela não voltaria mais para sua família, porque teria sido vendida para um casamento com Nazir e agora era considerada propriedade do senhor de 60 anos de idade.

A família então foi à polícia e solicitou que o departamento investigasse o rapto da mulher. Segundo a Associação Cristã Britânico-paquistanesa (BPCA), a polícia inicialmente não conseguiu apresentar um relatório sobre o incidente do sequestro de Fouzia. Porém o oficial da BPCA, Mehwish Bhatti desafiou os policiais em sua recusa de registar o caso, até que o departamento finalmente um relatório foi apresentado.

A BPCA contratou um advogado muçulmano que foi encaminhado para lidar com o caso. Depois que o advogado encontrou-se com um imã [líder islâmico] local, ele tentou atrasar o processo judicial, porque ele chegou à conclusão de que o casamento de Fouzia para Nazir era legítimo.

Como Fouzia passou mais de 6 meses sob domínio de Nazir, a família conseguiu elaborar um plano com ela, através de um telefone secreto para ajudá-la a escapar.

Com a ajuda de sua família, Fouzia conseguiu escapar no início desta semana e agora está escondida em uma casa segura da BPCA.

"Deus operou um milagre", disse Paris. "Eu nunca pensei que veria minha irmã de novo!".

"Toda a nossa família estava triste em tê-la perdido. Pensávamos que ela estava morta. Agora ela está livre, vamos fazer o que pudermos para garantir que ela não seja forçada a voltar para a depravação à qual seu sequestrador muçulmano a submeteu".

A família de Nazir respondeu à fuga de Fouzia, acusando a mulher de ter roubado jóias de ouro que estavam guardadas na casa. A BPCA, no entanto, sustenta que a acusação de roubo é falsa.

Após Nazir ter acusado Fouzia de roubo, policiais foram à casa da família de Fouzia, e como ela não estava lá, disseram a seu pai deficiente e idoso que eles vão prender um membro da família da mulher cristã se ela não voltar para a casa de Nazir.

De acordo com a BPCA, se a irmã solteira mais jovem de Fouzia estivesse em casa no momento, ela poderia ter sido levada para Nazir como um tipo de 'compensação'. Felizmente, ela estava fora de casa com seu irmão no momento.

Se o irmão de Fouzia estivesse em casa quando a polícia chegou, BPCA afirma que a polícia também teria provavelmente detido e torturado o rapaz.

"Se um filho adulto estivesse em casa, essas medidas [prisão e tortura] teriam sido tomadas como práticas habituais", disse o presidente da BPCA, Wilson Chowdhry ao 'Christian Post'.

"Felizmente, Paris tinha saído com sua irmã e o pai está gravemente doente e deficiente. Parece polícia não prendeu o pai de modo que haveria um sério risco de que ele morresse sob tortura ou cárcere privado", comentou.

A BPCA também levou os irmãos de Fouzia para a mesma casa que a mulher se encontra - considerada um local seguro.

A organização cristã tem enviado cartas para a Embaixada Britânica e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados solicitando vistos humanitários para Fouzia, seu irmão e irmã, a fim de levá-los em segurança para o ocidente. Chowdhry vai escreveu uma carta para a Embaixada dos EUA na última sexta-feira (12).

Quanto aos três filhos de Fouzia, eles estão sob a custódia do pai, que havia se separado de Fouzia, antes que ela fosse sequestrada.

A BPCA está arrecadando fundos para ajudar a apoiar Fouzia e sua família, juntamente com outros cristãos que são severamente perseguidos no Paquistão.

Mais de 1.000 mulheres e meninas são raptadas, agredidas sexualmente e forçadas a se casar com muçulmanos a cada ano no Paquistão, segundo um relatório publicado pelo "Movimento de Solidariedade e Paz no Paquistão" em 2014. Estima-se que 700 dessas meninas sejam cristãs.

"Pedimos as orações e apoio de cristãos em todos os lugares", acrescentou Paris - irmão de Fouzia.

"Há uma enorme injustiça acontecendo no Paquistão e se vocês não nos protegerem e ignorar nossa situação, um dia poderão ser suas filhas e irmãs sendo presas. Eu oro para que os cristãos respondam à nossa dor e ofereçam ajuda, enquanto nós estão desesperados e precisamos de sua assistência".

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