O diretor da Portas Abertas dos Estados Unidos está pedindo que os cristãos boicotem os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, na China, devido à perseguição do país comunista aos seguidores de Cristo e a outras minorias religiosas.
O pedido de David Curry foi feito durante uma coletiva de imprensa na quarta-feira (19), onde apresentou a Lista Mundial da Perseguição 2022, destacando as ações do governo chinês contra os cristãos.
Curry afirmou que as Olimpíadas de Pequim, que iniciam em 4 de fevereiro, é “um exemplo de como a China está usando esportes, dinheiro e investimentos em infraestrutura em todo o mundo para encobrir suas violações de direitos humanos”.
Elogiando o boicote diplomático do governo dos Estados Unidos, David Curry declarou que todo cristão tem a obrigação de protestar contra o evento.
“O Portas Abertas EUA está pedindo a todos os cristãos que se juntem a este boicote às Olimpíadas em nome de nossos irmãos e irmãs perseguidos na China. Estou sugerindo que as pessoas não assistam às Olimpíadas, que não participem da maneira que normalmente fariam”, declarou.
O diretor também lembrou que a perseguição na China, classificada em 17° lugar na Lista da Portas Abertas, se estende aos uigures, um grupo étnico muçulmano da região do extremo oeste do país, que o Partido Comunista Chinês (PCC) submete a trabalhos forçados em campos de detenção.
Preocupação com os uigures
Em fevereiro deste ano, o Guiame publicou uma matéria mostrando que mulheres estão sofrendo estupro e tortura nos tais “campos de reeducação” pelos líderes comunistas do país.
Durante reunião da terceira comissão da Assembleia Geral da ONU, em outubro deste ano, 43 países exigiram que a China “garanta o respeito do Estado de Direito” aos uigures em Xinjiang.
“Estamos particularmente preocupados pela situação na região autônoma uigur de Xinjiang”, ressaltou o diplomata francês, citando relatos críveis da existência de “campos de reeducação política onde mais de 1 milhão de pessoas estão detidas arbitrariamente”.
A declaração do diplomata fala também de tratamento cruel, desumano e degradante, esterilização forçada, violência sexual e de gênero, e separação forçada de crianças, voltadas “desproporcionalmente aos uigures e aos membros de outras minorias”.
Os cristãos chineses, em particular, têm sido perseguidos e ameaçados a enviar seus filhos para campos de reeducação do governo. Uma das formas de pressionar os pais é dizendo que vão retirar a guarda deles sobre seus próprios filhos.
Previsão de um futuro tenebroso
Segundo Curry, o PCC usa alta tecnologia para suprimir a liberdade religiosa de cristãos e uigures. “A China está usando um manto de vigilância monitorado por inteligência artificial para observar os movimentos das pessoas de fé. Está até usando o reconhecimento facial para monitorar quem entra nos locais de culto”, explicou.
“A China implementou recentemente restrições adicionais às Bíblias e literatura cristã online, por exemplo. Somente grupos que reconhecem o Partido Comunista da China e sua censura de seus sermões e Bíblias poderão distribuir as Escrituras”.
O diretor ainda alertou que, num futuro próximo, o controle do governo chinês irá se intensificar. “100 milhões de seguidores de Jesus na China serão submetidos a Bíblias que têm elementos-chave removidos ou alterados porque entram em conflito com o dogma comunista”, afirmou.
Em um plano para centralizar e monitorar o comportamento das pessoas, Curry ainda previu que a China adotará moedas digitais, “o que cortaria a capacidade de cristãos e outros que não se conformam com o governo de fazer qualquer coisa, até mesmo comprar um pão”.
Na quarta-feira (19), a Missão Portas Abertas, que monitora a perseguição no mundo, divulgou a Lista Mundial da Perseguição 2022, com os 50 países que mais perseguem cristãos. Atualmente, 360 milhões de crentes sofrem perseguição por sua fé no mundo todo.
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