Seis igrejas são incendiadas na Tanzânia

Segundo Ashagrie, analista de perseguição da Portas Abertas, a perseguição aos cristãos na Tanzânia conta com certa 'cooperação' do governo, que pretende introduzir a lei Sharia (islâmica) em todo o país.

Fonte: Guiame, com informações do World Watch MonitorAtualizado: quinta-feira, 1 de outubro de 2015 às 12:08

Interior do templo da Igreja Pentecostal Buyekera, em Bukoba (Tanzânia), já destruído pelo fogo. (Foto: World Watch Monitor)

Seis igrejas foram incendiadas no noroeste da Tanzânia na última semana. As três primeiras foram destruídas pelo fogo em 23 de setembro. São elas: a Igreja Living Waters International, Buyekera Pentecostal Assembléia de Deus, e igreja Assembléia de Deus da Tanzânia, que estão todas localizados na região de Bukoba, às margens do Lago Victoria.
 
Posteriormente, durante a noite de 26 de Setembro, mais três templos - Igreja Evangélica Luterana, Igreja Católica Romana Kitundu e Igreja Pentecostal Assembléia de Deus Katoro, também em Bukoba - foram incendiados: Todos estão localizados na região de Katoro de Bukoba ocidental.
 
"O povo acordou em 27 de setembro e encontrou seus santuários incendiados", disse uma fonte anônima à World Watch Monitor. "Os cenários são os mesmos; pessoas desconhecidas arrombaram as portas, empilharam as coisas para o altar, derramaram gasolina sobre ele e tocaram fogo. Eles fugiram antes que alguém pudesse flagra-los e assim os vândalos permanecem desconhecidos".
 
Segundo investigações, o primeiro incêndio ocorreu na igreja Living Waters. Por volta das 04:00, horário local, o pastor, Rev. Vedasto Athanas acordou com o telefonema de um vizinho, alertando-o que sua igreja estava em chamas. Ele correu para o local, mas era tarde demais para evitar os danos. Centenas de cadeiras, mesas, bancos e o púlpito foram destruídos.
 
Pouco tempo depois, os incendiários colocaram fogo na igreja Pentecostal Buyekera, que é liderada pelo Rev. Emmanuel Narsis.
 
Cerca de uma hora mais tarde, a terceira igreja, no bairro Kibeta nas proximidades, foi incendiada. Seu pastor, Rev. Kabonaki, recebeu um telefonema pouco antes de 06:00. Ele correu para o local do templo, mas era tarde demais para evitar que as chamas de destruissem o prédio da igreja e tudo que havia dentro dele.
 
A secretário da organização de pastores locais disse que houve muitos ataques incendiários na área de Kagera desde 2013.
 
"Desde 2013, tivemos mais de 13 igrejas foram incendiadas aqui em Kagera e ninguém foi responsabilizado. Isto não é aceitável ", disse a secretária, que pediu ser citada apenas pelo primeiro nome, Annette.
 
Segundo Ashagrie, analista de perseguição da Portas Abertas, a perseguição aos cristãos na Tanzânia conta com certa 'cooperação' do governo, que pretende introduzir a lei sharia (islâmica) em todo o país.

“O governo da Tanzânia tem trabalhado neste projeto de constituição, mas não conseguiu realizar o referendo como planejado. No projeto de constituição existe uma disposição que introduz a Kadhi (Sharia), lei religiosa islâmica, em todo o país. Os cristãos têm sugerido que tal disposição criaria, sem dúvida, uma situação semelhante ao que tem sido o caso em Zanzibar por muitos anos", relatou

"Em Zanzibar, sob o pretexto de aplicação das leis da Sharia, muitos cristãos, incluindo os estrangeiros foram atacados. Essa postura enfureceu o governo que, por sua vez, decidiu emitir um aviso que proibia igrejas de discutirem o assunto com sua congregação. Como cidadãos, os cristãos têm, contudo, todos os direitos para discutir sobre o conteúdo de todas as leis do país. Eles não devem desistir de se opor a uma proposta de Constituição que pretende introduzir os Tribunais Kadhi na Tanzânia continental".

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