Sobre ser gente - Mario Freitas

Vivemos num tempo em que muitos cristãos têm se esquecido de sua humanidade. Principalmente quando o ministério dá certo, quando há prosperidade, quando pessoas respondem positivamente às nossas proposta

Fonte: guiame.com.brAtualizado: sexta-feira, 17 de outubro de 2014 às 18:58
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homemEm João 13:36-38 há um poderoso diálogo entre Jesus e Pedro. Ao ouvir que seu Mestre estava se preparando para partir, referindo-se à sua morte, ressurreição e ascensão, o apóstolo perguntou para onde iria o Senhor. Jesus respondeu que, onde Ele iria, Pedro não poderia acompanhá-lo naquele momento.

É quando Pedro, bravia e impulsivamente, questiona: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida” (v.37). Mas, em resposta, é o Senhor quem questiona: “Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o galo antes que me negues três vezes”.

O objetivo de Jesus não é humilhar Pedro, nem descartar suas boas intenções. Jesus quis simplesmente lembrar o apóstolo que ele possuía limites humanos, os quais não poderiam ser jamais esquecidos no ministério. Ele precisava lembrar que tinha medo, que tinha a preocupação de agradar pessoas, e que não era tão abnegado assim quando sofria pressão. Ele precisava lembrar-se que era humano.

Vivemos num tempo em que muitos cristãos têm se esquecido de sua humanidade. Principalmente quando o ministério dá certo, quando há prosperidade, quando pessoas respondem positivamente às nossas propostas. Então corremos o risco de imaginar que já somos heróis, e que Deus deve se orgulhar de nossa performance. O curioso é que Deus esforçou-se tanto para tornar-se homem, e agora o homem se esforça para tornar-se deus. É nessa hora que precisamos ser lembrados de que somos homens, gente com medo, gente que se desesperará e negará quando vir um soldado romano armado.

Jesus não está em busca de heróis que morram por ele, e sim de servos que façam jus ao fato de que Ele já morreu por nós. Curiosamente, o próprio Pedro cumpriu o que prometeu: deu a vida por Cristo, anos mais tarde. Assim como milhares de cristãos o fazem em vários lugares do mundo. Mas esse é somente um desdobramento do nosso chamado maior: estar com ele e viver para ele. Sim, não adianta morrer por ele se para Ele não tivermos vivido.


- Mario Freitas
presidente da MAIS

 

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