Soldados cristãos fazem partos de mulheres que estão fugindo do Estado Islâmico

Um grupo de soldados formou uma tropa especial para levar cuidados e evangelizar refugiados nos lugares mais perigosos do mundo.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019 às 13:28
Médicos com formação militar ajudam a fazer partos de mulheres que fugiram do Estado Islâmico. (Foto: David Eubank/ Free Burma Rangers)
Médicos com formação militar ajudam a fazer partos de mulheres que fugiram do Estado Islâmico. (Foto: David Eubank/ Free Burma Rangers)

O grupo que cometeu atrocidades por mais de quatro anos, assolando populações do Iraque, Síria e até o Egito, havia sido encurralado por tropas, como as Forças Democráticas da Síria (SDF) e dos EUA na aldeia de Baghouz, perto da fronteira iraquiana.

Nas últimas três semanas, 12.000 pessoas, muitas delas famílias sob o domínio do Estado Islâmico, saíram da vila e fizeram a perigosa jornada até campos de refugiados superlotados a quilômetros de distância. Soldados curdos da SDF enviam caminhões de gado para Baghouz e levam os refugiados a um ponto de coleta. Lá, a SDF seleciona as famílias e aprisiona ex-combatentes do grupo terrorista. O restante é enviado para o campo de deslocamentos de Al-Hol, a horas de distância desses pontos de coleta.

O Comitê Internacional de Resgate disse na sexta-feira que 69 pessoas, a maioria crianças, morreram no caminho para Al-Hol nas últimas semanas.

Apesar da constante realidade de morte, novas vidas estão nascendo no deserto e os cristãos estão ajudando a fazer isso acontecer.

O ex-oficial das Forças Especiais do Exército dos EUA, David Eubank, fundou o grupo 'Free Burma Rangers' com a missão de levar cuidados médicos, ajuda e o Evangelho aos lugares mais perigosos do mundo. Esta equipe de soldados cristãos está literalmente na brecha entre as linhas de frente e o campo de refugiados mais próximo, ajudando as famílias sírias em todos os sentidos possíveis.

No fim de semana, Eubank e sua equipe ajudaram a fazer o parto de vários bebês ao lado da estrada em um ponto de coleta da SDF.

"Estamos dando assistência médica, cobertores, comida e água em um local de coleta onde mais de 3 mil pessoas estão esperando hoje", disse Eubank em comunicado no sábado. "Ontem nossos médicos ajudaram a fazer o parto de dois bebês e ajudaram em mais dois partos. Sentimos que Jesus nos tem aqui para compartilhar Seu amor e oramos para fazer isso cada vez melhor".

Muitos dos sírios acabam encontrando a equipe de Eubank com lesões muito graves.

"Vimos 40 pessoas serem alvejadas aqui. Algumas pessoas estavam gravemente feridas há dois dias, outras estavam feridas há um mês. Nenhuma perna, ossos estendidos, [foram colocados] na parte de trás dos caminhões sem antes passarem por cuidados", disse ele à SkyNews. "É sempre difícil porque pode ser você. Podem ser seus filhos".

Muitas famílias que antes estavam sob domínio do Estado Islâmico se mostram felizes em deixar para trás a parte restante do califado.

"Foi difícil sair. Estávamos morrendo de fome, houve bombardeios, estava frio. As crianças estavam doentes", disse uma mulher refugiada à SkyNews. "Eu me sinto muito arrependida, eles mataram meu marido porque ele queria sair. Queríamos sair já há um bom tempo".

Enquanto isso, outras famílias prometem o retorno do grupo terrorista.

"Os irmãos são como leões. Eles vão lutar", disse outra refugiada ao The Telegraph. "O Estado Islâmico permanece. Estamos fracos agora, mas vamos voltar".

"Nós permanecemos no Estado Islâmico porque queremos o céu. E nós compramos o céu com nossas almas e com as almas dos nossos filhos", disse ela. "Deus não nos criou para esta vida, ele nos criou para a próxima vida."

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, cerca de 46 mil pessoas fugiram de Baghouz desde o início de dezembro.

A enxurrada de pessoas está sobrecarregando os funcionários da SDF, responsáveis ​​pela triagem nos campos de coleta.

"Há muita pressão sobre nós, especialmente em Al Hol, onde, além dos parentes dos combatentes do Estado Islâmico, você tem uma grande população deslocada", disse Abdel Karim Omar, oficial de assuntos estrangeiros do país, em depoimento à AFP. "Este fluxo repentino apresenta enormes desafios para a resposta — tendas adicionais, itens não alimentares, água e saneamento e suprimentos de saúde são urgentemente necessários".

David Eubank e os "Free Burma Rangers" ficarão na região, ajudando os refugiados, até a missão estar completa.

"Nós permaneceremos aqui no deserto até que tenhamos certeza de que não resta mais ninguém e, em seguida, enviaremos todos os suprimentos restantes aos campos de refugiados, para os quais eles estão sendo transferidos", disse Eubank.

 

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