Surdos em Morro do Chapéu vivem sem comunicação e sem dignidade

Surdos em Morro do Chapéu vivem sem comunicação e sem dignidade

Fonte: Atualizado: terça-feira, 1 de abril de 2014 às 03:49

A forma como os surdos são vistos pela comunidade em Morro do Chapéu/BA é triste e não muito diferente da maneira observada em várias outras cidades. A maioria dos surdos não conhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e assim vive excluída, com dificuldades de comunicação que se iniciam dentro de suas próprias casas.

A coordenadora do projeto Alcance Surdos, Marília Moraes Manhães, relatou que encontraram um jovem surdo de 22 anos que vive bêbado pelas ruas da cidade. Encontraram também a mãe deste, que guarda um grande ódio no coração pelo fato do filho ter sido rejeitado na escola. Esta mesma mãe vê o filho como um "castigo para ela", e não acredita mais que o filho possa desenvolver-se, devido ao alcoolismo. "A mãe nos contou que todo o dinheiro que ele recebe é gasto com os amigos, comprando bebida. As pessoas chegam ao ponto de tirar-lhe a roupa e o dinheiro e o deixam pelas ruas", compartilhou Marília.

Para a missionária, o Alcance Surdos está trazendo para a cidade uma nova visão sobre quem é o surdo, porque todos os surdos são considerados "doidos", doentes e acham que todos devem estar na CAPNE (Centro de Apoio a Portadores de Necessidades Especiais), onde estudam doentes mentais, entre outros. "Em uma das casas que visitamos, um senhor disse que viu um surdo dirigindo (se referindo ao missionário Josivaldo) e disse que ele está contra a lei, pois, por ser doente, não pode dirigir".

A presença de profissionais de diferentes áreas no curso de Libras nos dá esperanças de um futuro melhor para os surdos em Morro do Chapéu. "Temos seis professores, uma médica ginecologista, uma enfermeira, um auxiliar e três agentes de saúde, além de comerciantes". Todos em busca de poder prestar melhor atendimento aos surdos da cidade que, segundo o IBGE são 1.379.

Oremos pela libertação dos surdos e para que tenham sua dignidade humana respeitada.

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