"Têm que enfrentar a morte e viver com medo", diz Embaixador sobre a Igreja Perseguida

Os registros Relatório de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA confirmam as muitas notícias de que aos cristãos dos territórios capturados pelo Estado Islâmico, foram dadas as opções de converter-se ao islamismo, pagar uma grande imposto, fugir de seus lares ancestrais, ou ser morto.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 5 de novembro de 2015 às 12:07
Cidadãos iraquianos seguram cartazes e placas durante protesto contra ações do Estado Islâmico, em 2014. (Foto: Reuters/Stringer)
Cidadãos iraquianos seguram cartazes e placas durante protesto contra ações do Estado Islâmico, em 2014. (Foto: Reuters/Stringer)

O Departamento de Estado dos Estados Unidos detalhou em seu relatório de Liberdade Religiosa Internacional que um grupo descreveu como "horrores inimagináveis", o que os cristãos estão enfrentando nas mãos do grupo terrorista Estado Islâmico, incluindo decapitações e sequestros.

O Centro Americano para Lei e Justiça (ACLJ), que foi falar sobre a perseguição aos cristãos no Iraque e na Síria, descreveu os registros no relatório sobre Liberdade Religiosa como "verdadeiramente arrasadoras", e disse que o relatório oferece apenas "um pequeno vislumbre dos horrores inimagináveis" que os cristãos estão enfrentando.

Embaixador-geral de Liberdade Religiosa Internacional, David Saperstein afirmou que os perseguidos por sua religião precisam ter voz.

"Há uma necessidade absoluta e inequívoca para dar voz aos religiosamente oprimidos em todas as terras, que têm medo de falar sobre o que eles acreditam; têm que enfrentar a morte e viver com medo, fazendo cultos em igrejas subterrâneas, mesquitas ou templos; que se sentem tão desesperados que fogem de suas casas para evitar a matança e perseguição, simplesmente porque eles amam a Deus em sua própria maneira", disse.

Os registros confirmam as muitas notícias de que aos cristãos dos territórios capturados pelo Estado Islâmico, foram dadas as opções de converter-se ao islamismo, pagar uma grande imposto, fugir de seus lares ancestrais, ou ser morto.

Um registro compartilhou a história de uma jovem cristã que foi tirada de sua mãe e informada que nunca iria vê-la novamente.

O relatório informa: "Aos três anos de idade, Christina Khader Ebada embarcou em um ônibus lotado com sua mãe, quando de repente um dos militantes que cuidava do ponto de inspeções arrancou Christina dos braços de sua mãe, que em pânico seguiu-o, suplicando-lhe para devolver a menina. 'Cale a boca', ele respondeu, 'Se você chegar perto, essa menina vai ser morta e vamos matar você também'. E ela foi forçada a voltar ao ônibus, deixando seu bebê para trás".

O relatório do Departamento de Estado criticou ainda a falta de resposta do governo ao aumento das tensões sociais e discriminação.

O relatório afirmou que o governo do presidente Bashar al-Asad promove uma "narrativa sectária" ao invés de tentar trazer a paz e a estabilidade na região.

"Isso criou uma situação insustentável, onde ataques por motivos religiosos a alvos sírios acontecem em todo o espectro político e religioso. Em muitas situações, a falta de ação do regime para tentar impedir avanços e ataques do EI contra grupos e comunidades religiosas específicas expõe o cinismo de Asad nos cálculos políticos com ousadia para reivindicar o título 'protetor' de qualquer uma das pessoas da Síria", acrescentou.

Tanto quanto uma evolução positiva em matéria de liberdade religiosa em 2014, o relatório afirmou que a população copta egípcio sofrendo recebeu alguma ajuda do governo de seu país.

"Houve algumas condenações de perpetradores de violência contra os coptas, embora a impunidade com relação aos procedimentos penais para esses crimes continue a ser um problema sério", alertou o relatório.

"A nova Constituição egípcia oferece maior proteção aos Direitos Humanos, em comparação com a constituição anterior, incluindo uma cláusula de igualdade perante a lei, sem distinção de religião".

O ACLJ foi entretanto crítico sobre a decisão do presidente Barack Obama, que enviou 50 tropas de Operações Especiais para a Síria, com o objetivo de ajudar as tropas terrestres na luta contra o EI. O Centro Americano para Lei e Justiça disse que este número de tropas não é suficiente.

O Estado Islâmico continuou a conquistar cidades na Síria, apesar dos ataques aéreos realizados pelos EUA e a Rússia, que só se juntaram ao esforço anti-terrorismo em outubro (2015).

Jihadistas islâmicos capturaram a cidade de Maheen na província central de Homs no fim de semana, e os relatórios dizem que a luta começou na periferia da cidade predominantemente cristã de Sadad - lar de 15.000 cristãos ortodoxos.

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