Pastor Lazrus Rasaily, esposa e filhos. (Foto: Facebook)
"Nós sabemos a quem nós servimos e nós ainda e esperamos para ver o mover de Deus". A frase do missionário e pastor nepalês, Lazrus Rasaily surpreende e surge como um exemplo de fé em meio à situação crítica que seu país vive atualmente.
Fato é que como se não bastassem os dois terremotos que devastaram diversas cidades e vilarejos do Nepal em abril, o país também se vê em meio ao processo de aprovação de uma nova constituição, na qual o hinduísmo pode voltar a ser a religião oficial da nação e ameaçar a liberdade religiosa.
Falando com exclusividade ao Guiame, o fundador e líder da missão "Levites Ministries Nepal" - que dá assistência a crianças em situação de risco e suas respectivas famílias - classificou a proposta a ser incluída na nova constituição de seu país, como um retrocesso e não beneficia em nada uma sociedade que ainda está se recuperando das feridas causadas pelas catástrofes recentes.
"Nosso país precisa ainda mais de orações neste momento. Ele realmente precisa de Jesus. O país foi ferido gravemente em consequência dos terremotos recentes e ainda precisa de tempo para se recuperar, se restaurar. As mentes das pessoas ainda não voltaram ao normal, por causa das perda e da tragédia que atingiu tantas vidas", declarou.
"Agora, o nosso atrasado, complicado e difícil projeto de constituição está adicionando mais combustível a esta fogueira, ao mesmo tempo. A constituição deveria ser escrita para o bem-estar de todas as pessoas (para todas as raças, todas as classes, de todas as religiões) da nação e para ajudar e apoiar a saúde do nosso país", destacou.
Há cerca de 10 anos, o Nepal havia se declarado como um país laico, no qual a liberdade religiosa seria um direito de cada cidadão. Segundo Lazrus, se o país voltar a adotar o hinduísmo como sua "religião oficial", o direito à liberdade de crença pode estar ameaçado.
"Eles querem que a nação seja um país Hindu novamente. Esta é a principal razão pela qual o nosso novo projeto de Constituição está sendo prejudicado e parece que ele tem o poder de provocar realmente uma guerra religiosa em nossa nação. A maioria das pessoas são contra esta exigência feita por eles, mas a maioria dos líderes políticos são da cultura hindu, por isso esta é em uma situação crítica", explicou.
Igreja Perseguida
O missionário ainda destacou que o cristianismo pode tornar-se uma religião ainda mais prejudicada em seu país, onde já os cristãos já não desfrutam da liberdade religiosa, na prática.
"O impacto dessa demanda vai atingir diretamente o crescimento do cristianismo no Nepal. Sua principal ideia de exigir o retorno ao caráter de um país Hindu é apenas de se opor e perseguir os cristãos. Nenhum outro membro de qualquer religião está ameaçado a não ser os cristãos. As outras religiões são apoiadas pelo governo do Nepal para a construção de novos prédios / templos e são respeitadas. Mas nós, cristãos não somos respeitados de forma alguma. Somos impedidos, sofremos com a oposição e há perseguição por toda parte", revelou.
Orações
O pastor destacou que confia no poder das orações, não apenas dos cristãos do Nepal, mas de todas as nações. Segundo ele, esta situação tem significado realmente uma provação para a fé de muitos no país.
"Estamos orando incessantemente para que Deus abra os corações e os olhos das pessoas, que elas possam ver claramente que Jesus não é seu inimigo, mas é a manifestação do amor de Deus, o Pai. Para nós, como cristãos, esta é uma provação de fé. Estamos orando para que os cristãos de nossa nação sejam fortes e mantenham-se firmes, da forma que somos chamados a fazer", disse.
"Qualquer que seja o resultado desta Constituição, temos que estar prontos para enfrentar o desafio. Se o nosso país for proclamado oficialmente como uma nação hindu, então essas pessoas estarão prontas para nos perseguir, fechar as igrejas, matar cristãos e dificultar a pregação do evangelho. Nós sabemos a quem nós servimos e nós ainda e esperamos para ver o mover de Deus. Além de orar e ter fé em Jesus não há nada que possamos fazer no momento. Então, precisamos muito de suas orações".
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