Tensão entre cristãos e governo aumenta na Tanzânia. "Onde isso vai parar?", indaga analista da Portas Abertas

"Eles (cristãos) não devem desistir de se opor a uma proposta de Constituição que pretende introduzir os Tribunais Kadhi na Tanzânia continental", diz Ashagrie

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: sexta-feira, 19 de junho de 2015 às 20:03
Tanzânia _ bandeira
Tanzânia _ bandeira

"Pastores foram chamados a comparecer perante o escritório de registro com os nomes de suas congregações, suas certidões de nascimento e respectivos números de registros das igrejas."

Foi isso que informou a agência de notícias Barnabas City, em relação às igrejas da Tanzânia, acusadas de influenciar a população sobre o referendo que introduz tribunais Khadi no país.

"O governo da Tanzânia tem trabalhado neste projeto de constituição, mas não conseguiu realizar o referendo como planejado. No projeto de constituição existe uma disposição que introduz a Kadhi (Sharia), lei religiosa islâmica, em todo o país", diz Ashagrie, analista de perseguição da Portas Abertas.

Ashagrie explica que os cristãos não estão aceitando a imposição dos tribunais Khadi e isso tem causado problemas. Os cristãos têm sugerido que tal disposição criaria, sem dúvida, uma situação semelhante ao que tem sido o caso em Zanzibar por muitos anos. Em Zanzibar, sob o pretexto de aplicação das leis da Sharia, muitos cristãos, incluindo os estrangeiros foram atacados. Essa postura enfureceu o governo que, por sua vez, decidiu emitir um aviso que proibia igrejas de discutirem o assunto com sua congregação. Como cidadãos, os cristãos têm, contudo, todos os direitos para discutir sobre o conteúdo de todas as leis do país. Eles não devem desistir de se opor a uma proposta de Constituição que pretende introduzir os Tribunais Kadhi na Tanzânia continental.”

A pressão do governo diante da oposição dos cristãos tem piorado e a analista da Portas Abertas teme que possa se complicar ainda mais. "Essa história agora se complicou ainda mais com a convocação dos pastores e com a ameaça iminente de fechamento de igrejas. Onde isso vai parar?”, indaga.

 

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