No último fim de semana, terroristas do Boko Haram mataram oito cristãos no estado de Borno, na Nigéria. Autoridades condenaram a violência e alertaram que o ataque expõe a insegurança persistente na região.
O primeiro ataque ocorreu na vila de Ngoshe, no condado de Gwoza, onde cinco cristãos foram mortos enquanto trabalhavam em suas fazendas, no último sábado (30).
Já no domingo (31), os terroristas atacaram a vila de Mussa no condado de Askira-Uba, matando três cristãos que dormiam em suas casas.
“Os cristãos aqui continuam enfrentando ameaças e ataques constantes de terroristas do Boko Haram”, disse o morador Hauwa Samuel ao Morning Star News.
Autoridades policiais e militares no estado de Borno também confirmaram os ataques, citando os assassinatos ocorridos no último fim de semana.
Reuben Kovangiya, porta-voz do exército nigeriano no estado de Borno, confirmou os ataques.
“Nosso pessoal tem trabalhado assiduamente para garantir que esses ataques sejam contidos e garantimos às comunidades no estado de Borno que elas serão protegidas por todos os meios à nossa disposição”, afirmou Kovangiya.
O senador Mohammed Ali Ndume, membro da Assembleia Nacional da Nigéria, que representa o Borno Sul, informou que os terroristas também queimaram dezenas de casas no ataque de domingo.
Uma declaração do gabinete do senador assinada por seu assessor legislativo, Junaid Jibrin, afirmou ainda que Ndume considerou os ataques profundamente dolorosos, observando que as repetidas ações do Boko Haram contra cidadãos inocentes, especialmente fazendeiros e jovens, são um lembrete cruel da insegurança persistente no estado.
“Estou profundamente entristecido por esses assassinatos sem sentido. Nosso povo, cuja única busca é a paz e a subsistência, continua a ser vítima da crueldade dos terroristas. Esses homens e mulheres mereciam viver, cultivar e sonhar, mas suas vidas foram interrompidas por aqueles que prosperam na violência e na destruição”, declarou Ndume no comunicado.
‘O nível de violência anticristã no país já está no máximo possível’
O Boko Haram é um grupo terrorista que, nos últimos anos, tem realizado uma campanha sistemática contra o Estado nigeriano, alvejando especificamente cristãos, com a intenção de estabelecer um Estado islâmico.
“O avanço do grupo extremista é reflexo do crescimento da opressão islâmica, que tem se tornado o tipo de perseguição mais dominante na Nigéria. A insegurança é contínua e obriga as vítimas a fugirem da violência. A situação é ainda mais preocupante pois o trauma não permaneceu apenas dentro das fronteiras da Nigéria, mas avança em outras partes da África Subsaariana”, destacou a missão Portas Abertas.
O Boko Haram foi organizado para cumprir a jihad (a luta em defesa do Islã) que pressupõe a imposição da religião muçulmana a todo custo. Os terroristas têm causado estragos na Nigéria por meio de ondas de bombardeios, assassinatos e sequestros.
Segundo a Portas Abertas, a ideologia do Boko Haram promove uma versão do islamismo que torna proibido para muçulmanos tomar parte em qualquer atividade política ou social associada com o Ocidente. Isso inclui votar em eleições, receber educação secular ou restringir vestuário.
Enquanto isso, a Nigéria continua entre os lugares mais perigosos do planeta para os cristãos. O país ficou em 7º lugar no ranking da Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2025.
Conforme a missão, dos 4.476 cristãos mortos por sua fé em todo o mundo durante o período do relatório, 3.100 (69%) estavam na Nigéria.
“O nível de violência anticristã no país já está no máximo possível segundo a metodologia da Lista Mundial da Perseguição”, afirma o relatório.
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