O Tribunal Popular Intermediário de Pu'er, na província chinesa de Yunnan, confirmou a sentença de 7 anos de prisão para o pastor John Sanqiang Cao em 25 de julho, apesar de seu apelo.
O pastor foi preso em 5 de março de 2017, acusado de “organizar travessias ilegais de fronteira”, acusação normalmente usada para condenar traficantes de seres humanos, e está na prisão desde então.
Cao é residente permanente dos EUA e serviu como pastor em duas congregações sino-americanas, na Carolina do Norte.
Ele também trabalhou na China Central e Meridional por mais de duas décadas, estabelecendo escolas bíblicas e, em 2013, começou a fornecer ajuda humanitária para o povo Wa, perto da fronteira entre Mianmar e China.
De origem chinesa, Cao é casado com uma cidadã americana e tem dois filhos.
Ele e sua equipe criaram 16 escolas para ajudar a educar mais de 2.000 crianças nessa área. Parte do currículo da escola foi tirado diretamente da Bíblia, e o pastor Cao recrutou professores cristãos para compartilhar o evangelho com os alunos e seus pais.
Seu colaborador Ruxia Jing foi condenado a um ano de prisão, mas foi libertado, pois já havia cumprido um ano de reclusão.
Recurso rejeitado
A decisão ocorre após o Tribunal Pu'er prolongar ilegal e repetidamente o prazo de apelação por mais de um ano, e os advogados do Pastor Cao receberam um aviso em 12 de julho, afirmando que o recurso de Cao seria tratado por meio de uma “sessão de julgamento apenas no papel”, em vez de uma audiência real.
Embora fosse um anúncio público, a Corte só permitiu que a mãe e a irmã do pastor Cao ouvissem o veredito, junto com seu advogado.
O tribunal foi "cercado por uma forte presença policial", informa a China Aid.
Jamie Powell, a esposa de Cao, falou no ano passado na Primeira Reunião Ministerial do Departamento de Estado para o Progresso da Liberdade Religiosa em Washington, D.C., afirmando que seu marido foi "preso por causa de seu trabalho orientado pela fé”.
“Desde sua detenção, meu marido sofreu um rápido declínio em sua saúde. Ele perdeu mais de 20 quilos. Ele não conseguiu se comunicar comigo e com nossos filhos. Viajei com meus filhos para lá e não nos permitiram vê-lo”, acrescentou.
De acordo com Gina Goh, Gerente Regional da International Christian Concern para o Sudeste Asiático, “o julgamento injusto contra o Pastor John Cao demonstra mais uma vez o desrespeito pelo estado de direito e pela liberdade religiosa na China”.
“A repressão de Pequim contra o cristianismo não deve ser tolerada ou ignorada. A comunidade internacional deve continuar se manifestando em favor das igrejas oprimidas e dos cristãos, a fim de acabar com o sofrimento”, concluiu.
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