Tribunal nega pedido de libertação de jovem cristã sequestrada no Paquistão

Adeeba Amjad foi raptada em sua casa pelo seu antigo empregador muçulmano, em maio.

Fonte: Guiame, com informações do The Christian Post Atualizado: terça-feira, 10 de outubro de 2023 às 14:08
Mulher no Paquistão. (Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash/R.D. Smith).
Mulher no Paquistão. (Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash/R.D. Smith).

Um tribunal no Paquistão negou o pedido de uma jovem cristã para ser libertada e voltar à sua família, após ser sequestrada e obrigada a se casar com um muçulmano.

De acordo com o grupo de direitos humanos CLAAS-UK, Adeeba Amjad foi raptada em sua casa pelo seu antigo empregador, Muhammad Bashir, no dia 16 de maio, em Bayroot Hub, na província do Baluchistão.

Adeeba é professora e trabalhava em uma escola particular em Hub, de propriedade de Bashir.

Durante a pandemia da Covid-19, muitos professores perderam o emprego. Como empresário local, Bashir ofereceu empregos alternativos em seus outros negócios a vários professores, incluindo a jovem cristã.

Em 2022, os pais de Adeeba arrumaram um noivado para ela com um jovem cristão. Porém, meses depois, Bashir a sequestrou.

Resgate negado

Três dias depois, uma queixa foi registrada na Delegacia de Polícia de Bayroot Hub. Porém, as autoridades não resgataram a cristã.

Segundo o pai de Adeeba, Amjad Masih, um tribunal negou o regresso de sua filha para casa, mesmo com a jovem declarando que havia sido raptada pelo muçulmano e queria ser libertada.

Conforme a CLAAS-UK, o depoimento de Amoeba foi alterado pela juíza, que a declarou casada com seu sequestrador. Assim, ela ficou impossibilitada de regressar aos pais, segundo a lei paquistanesa.

Adeeba Amjad tem entrado em contato com a família e disse que teme por sua vida e por seus pais, de acordo com o grupo.

Meninas cristãs violadas

O sequestro e o casamento forçado de meninas cristãs têm se tornado comuns no Paquistão. De acordo com a Portas Abertas, o Paquistão é o país com mais casos de casamentos forçados, com cerca de mil cristãos vítimas nos últimos dois anos.

As garotas cristãs raptadas por muçulmanos sofrem ameaças de que elas ou suas famílias serão mortas caso não declarem no tribunal que se converteram ao islã e se casaram por vontade própria.

No país, relações sexuais com meninas com menos de 16 anos é considerado legalmente como estupro, porém, na maioria dos casos uma certidão de conversão falsificada e uma certidão de casamento islâmica influenciam a polícia a não imputar punição aos sequestradores.

O Paquistão ocupa a 7° posição na Lista Mundial da Perseguição 2023 da Missão Portas Abertas.

O Supremo Tribunal do Paquistão ordenou ao governo que respondesse a uma queixa que exigia que os tribunais inferiores deixassem de permitir a conversão ao islã e o casamento forçado de meninas cristãs.

A decisão pode abrir caminho para que o país adote leis que protejam as adolescentes.

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