12 mil adventistas participam de campanha para doação de médula

12 mil adventistas participam de campanha para doação de médula

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:48

A família de Nickollas Gomes de Souza, 15 anos, vive a angustiante espera por um transplante de medula óssea. O garoto sofre de leucemia, um tipo de câncer que compromete os glóbulos brancos, geralmente de origem desconhecida. Há quatro semanas ele está internado no Hospital da Criança Santo Antônio da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Os pais, que moram no bairro São José, em Canoas, praticamente mudaram-se para a casa de saúde. Lilian Rocha Gomes, 40, pediu afastamento na escola onde trabalha em Nova Santa Rita. "O que importa agora é a saúde do nosso filho. Eu não saio de perto dele por nada", afirma a mãe. Esta não e a primeira vez que o jovem luta pela vida. Em 2003, com apenas sete anos, Nickollas sofreu uma aplasia medular, mas superou a doença. "Os médicos nunca esconderam que ela poderia voltar, como aconteceu agora", lembra o pai, Sandro Batista da Silva, 45. A onconatopediatra da Santa Casa de Misericórdia, Mariana Michalowski, explica que a leucemia pode ser provocada por alterações genéticas ou exposições. Mais raros na infância, os cânceres atingem cerca de 3% das crianças no mundo. A maior incidência é na faixa etária dos dois a cinco anos.

Chances são de uma em cem mil A dificuldade em encontrar um doador, esclarece a onconatopediatra da Santa Casa de Misericórdia Mariana Michalowski, deve-se à exigência da total compatibilidade com o receptor para evitar rejeição do organismo. Entre irmãos de mesmo pai e mesma mãe as chances são de 25%. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a probabilidade de encontrar uma medula compatível é de uma em cem mil. A médica explica a diferença entre medula óssea e medula espinhal. "As pessoas confundem. Doação de medula óssea não é doação de órgãos", frisa. A medula óssea é um tecido líquido que ocupa a cavidade dos ossos. Já a medula espinhal é formada de tecido nervoso que fica dentro da coluna vertebral e transmite os impulsos nervosos. "Quanto mais doadores cadastrados, maiores as chances", afirma a especialista.

Entenda mais O que é transplante de medula óssea?

É um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia e linfoma. Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.

Como é o transplante para o paciente?

Depois de se submeter a um tratamento que ataca as células doentes e destrói a própria medula, o paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova é rica em células chamadas progenitoras que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Nesse período o paciente permanece internado por até três semanas. Após a recuperação da medula, continua o tratamento em regime ambulatorial.

Quais os riscos para o paciente?

A boa evolução durante o transplante depende do estágio da doença, do estado geral do paciente, boas condições nutricionais e clínicas. Os principais riscos se relacionam às infecções e às drogas quimioterápicas utilizadas no tratamento.

Mudança de valores Sandro Batista da Silva conta que desde a primeira aparição da doença do filho, a família mudou sua escala de valores. "Passamos a destacar o que de fato importa. Hoje o que eu mais gosto de fazer é estar com a minha mulher e o meu filho", revela o representante comercial. O garoto que possui centenas de amigos em uma rede de relacionamentos, é acompanhado de perto na internet. A generosidade também se manifesta em gestos concretos. Um grupo de 12 mil pessoas da Igreja Adventista, da qual a família participa, cadastraram-se como possíveis doadores. "Seis vidas foram salvas graças a essa mobilização."  

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