A dúvida está nas opções

A dúvida está nas opções

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:32

A dúvida está nas opções

A dúvida está nas opções. Quanto mais alternativas, mais dúvidas nossa geração experimenta. Não temos mais uma loja preferida, temos um shopping; não temos mais um livro, temos blogs, sites, revistas, e-books, etc; não temos mais uma comunidade de fé, temos igrejas para diferentes momentos e sensações; não temos uma caminhada, temos sempre um novo começo que nunca nos leva ao final.

Como viver e anunciar o Evangelho neste contexto? Pergunta difícil, mas que deve ser feita para o nosso bem e para a defesa da verdade.

O segredo está no verbo permanecer. O dicionário Houaiss descreve a palavra como "continuar sendo ou existindo". Jesus, falando aos discípulos, afirma que toda a capacidade do ser humano está sob a condição de que este permaneça nele (Jo 15.4), ou seja, de que a relação de sobrevivência do homem não se limite ao alimento físico, mas que este reconheça toda a veracidade de sua constituição orgânica como ser criado à imagem de Deus. Este não é o princípio, o início de tudo? Não é a base para toda comunicação da verdade? Que sentido há em falar de Jesus como um escape moral, e esquecer que a conversão envolve tanto a moralidade quanto a existência? Qual a razão de falar de novos céus e de nova terra sem falar que nosso destino final é a companhia eterna de Cristo?

João também olhou para o seu mundo (bem mais simples que o nosso de hoje, é verdade) e enxergou os perigos pelos quais o ser humano estava exposto. Resumindo sabiamente, ele listou três: a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens (1 Jo 2.16). Em uma palavra: cobiça. Houaiss de novo: cobiça = desejo ardente de ter. Pecado potencializado pelas oportunidades geradas pela carne, pelos olhos e pelo desejo que temos de acumular bens materiais.

Permanecer é claramente o oposto de ter. São inimigos. Um tenta derrotar o outro. Por isso, João completa seu raciocínio, dizendo: "o mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre" (1 Jo 2.17). Por isso, vivemos em uma sociedade que possui muitos bens, mas que não consegue manter-se firme.

Você percebeu? Quando anunciamos o Evangelho, não estamos apenas convencendo as pessoas de que elas precisam mudar de igreja ou de que precisam ter medo do inferno. Estamos anunciando, com toda a responsabilidade que nos cabe, uma luta contra o sistema que governa este mundo. Anunciamos, com coragem e postura, que a maneira de viver da nossa geração deve mudar. Que os valores mais conhecidos que moldam a maioria de nossas famílias e de nosso cotidiano são pecaminosos.

Se a dúvida desta geração está nas opções, a certeza do cristão deve se basear na sua permanência naquele que sempre existiu e que solenemente diz: "Eu Sou".

Lissânder Dias do Amaral é jornalista e coordenador executivo da revista Mãos Dadas (www.maosdadas.net). Formando em Missiologia, pela Centro Evangélico de Missões. Casado com Kelen, mora em Viçosa (MG).

Leia mais em: www.fatosecorrelatos.blogspot.com

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