A verdade é mais encantadora que o Natal

A verdade é mais encantadora que o Natal

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:03

Este não é mais um texto para expor verdades sobre a origem do Natal. Se este for o seu interesse, basta consultar os sites de busca, em segundos você terá um farto material. Sobre este aspecto, inclusive, é perda de tempo acharmos que todas as crianças e todos os adultos acreditam nas versões Papai Noel. Em sua maioria, as pessoas sabem que estão curtindo uma fantasia. Certo ou errado, é consciente. Algumas alas do protestantismo mais confundem do que esclarecem, pois enquanto condenam a comemoração e os símbolos do Natal, lotam shoppings e supermercados atrás de presentes, panetones, castanhas, perus e frutas. É um ho, ho, ho, disfarçado de ha, ha, ha.

Nossa relação com as artes sempre foi complexa. Citar Tom Jobim, Vinícius de Morais ou Milton Nascimento em textos e mensagens, pode. Cantar suas músicas, não!?! Olhe para os grupos de coreografia que invadiram os cultos. Na sua maioria são bem ruins, com roupas ruins e expressões corporais ainda piores. Mas olhe para os rostinhos dos jovens de cada grupo, muitos estão vibrando e adorando com sinceridade. O que poderia torná-los melhores? Dramaturgia? Ballet? De novo surge o problema, essas coisas para uns pode, para outros não pode.

Precisamos entender que o Natal é encantador. Sejam grandes, médias ou pequenas, as cidades ficam lindas sempre que enfeitadas e iluminadas por milhares de luzes. Os corais com suas cantatas enchem de beleza os sons desta época. Os cartões falam de esperança e paz e, em praticamente tudo, o nome de Jesus é lembrado. Para quê perder uma oportunidade assim? Que outra época do ano as pessoas estão tão receptivas para ouvir a história de Cristo? Por que focar na polêmica quando focar nos pontos comuns é muito mais produtivo?

Deus, como já afirmado por muitos, não precisa de advogados, apenas nos comissiona a espalharmos sua mensagem de amor: Ele nos deu seu único filho, Jesus, para uma vez crendo nele, não perecermos, mas termos a vida eterna. A segurança de se confiar em Deus reside no fato de que suas obras são verdadeiras e continuam manifestando toda sua glória. Nestes dias, por duas vezes, tive reforçada a convicção de que a verdade sempre vai encantar muito mais. Até mais que o Natal do Papai Noel.

Estava no Lago Negro em Gramado. Absolutamente lindo. Os pedalinhos se dividem em dois modelos, um imitando cisne, outro imitando caravela. Enquanto minha esposa e filha deslizavam pelo lago num pedalinho, sentei na grama e fiquei admirando e bebendo a exuberância da paisagem com seus enormes pinheiros, flores, araucárias e canteiros gigantescos com hortênsias. As pessoas passavam e eu ali, só admirando. Até que uma menininha chamou minha atenção. Ela nem notou que eu a observava. No momento que ela viu um pato no lago exclamou com extrema admiração: "Mamãe, um patinho de verdade!" A garotinha, por uns quinze minutos, não tinha olhos para pedalinhos, só falava do pato.

O segundo acontecimento foi ainda mais significativo. Na cidade de Gramado o Natal é comemorado em grande estilo. Tudo é muito bem produzido. Uma das atrações da cidade, nesta época do ano, é a Vila de Natal. São casinhas muito bem construídas, tipo um cenário. Ruas floridas, brinquedos, uma mini Maria-Fumaça para a criançada, renas, trenós, guirlandas e muitos atores interagindo com o público. Tudo contribuindo para deixar o clima encantador. Mas, de repente, pelos portais da Vila de Natal, entrou uma garota com seus 20 anos mais ou menos, trazendo pela coleira um filhote de pastor alemão. Chamei a atenção da minha filha: "Mariana, olha que filhote de pastor lindo!" Foi instantâneo. Começou a aglomeração, eram pais trazidos por filhos que queriam acariciar o filhote. Não demorou e todo mundo começou a pedir para fotografar.  Um vovô, ao nosso lado, brincando gritou para a dona do cachorro: "Se cobrar R$ 5,00 por foto você fica rica!" A dona e o cachorro eram um orgulho só! Impossível não comparar. Percebi que os atores ficaram desconfortáveis com a situação. Toda aquela cara produção da Prefeitura de Gramado perdeu audiência e interesse por causa do encanto causado por um filhote de pastor alemão.

Não era uma imponente águia, era um pato. Não era um raro urso panda, era um cachorro. Pato e cachorro são comuns em qualquer cidade do país. O diferencial deles está no fato de que não são fantasia, conto, ilusão ou mentira, são verdadeiros. E a verdade encanta porque não engana, antes, liberta. Neste Natal, assim como em qualquer época do ano, descansemos em paz, pois os céus e o firmamento continuarão a anunciar as obras criativas do nosso Deus. Sem concorrência, belas e eternamente verdadeiras.

Paz!

Edmilson Ferreira Mendes   é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

Contatos com o pastor Edmilson Mendes:

www.mostreatitude.com.br  

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