A verdade vai vencer a mentira, anseia teologo

A verdade vai vencer a mentira, anseia teologo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:10

O teólogo Leonardo Boff mexeu com emoções ao discursar na recepção de artistas e intelectuais à candidata Dilma Rousseff, ontem, às 20h, no Teatro Casa Grande, no Leblon. “Nas minhas orações matinais, que faço desde que era monge, pedi um sinal a Deus: Se o Oscar Niemeyer estiver lá é um sinal de que a vitória está garantida”.

A plateia irrompeu com um aplauso emocionado ao arquiteto que completará 103 anos em dezembro, sentado à mesa numa cadeira de rodas. O teólogo lembrou que assim como a esperança venceu o medo, com Lula, a verdade vai vencer a mentira, com Dilma.

O evento reuniu artistas, escritores, professores, intelectuais e uma população que lotou a casa de 950 assentos, além das escadarias centrais e laterais, enquanto outro grupo ficou na rua e sob chuva assistindo por um telão e esperando a saída da presidenciável.

Boff lembrou que elite brasileira tem complexo de vira-lata, por isso não é respeitada nos países ricos. Lembrou que Lula investiu em educação – criando 14 universidades, 134 campi, mais de 200 escolas técnicas e salários dignos aos professores – além do proporcionar o direito de almoçar e jantar aos mais pobres. Isso “nos transforma na perigosa memória da luta!”, insistiu.

O compositor Chico Buarque de Holanda foi claro e direto. “Venho aqui reiterar meu apoio entusiasmado à campanha da Dilma. A forma de governar de Lula é diferente. Ele não fala fino com Washington, nem fala grosso com Bolívia e Paraguai. Por isso, é ouvido e respeitado no mundo todo. Nunca houve na História do país algo assim”, recebendo aplausos ao lembrar a frase de Lula.

O sociólogo Emir Sader, organizador do evento, afirmou que o encontro era um ato de unidade, que reproduz atos semelhantes, realizados no Canecão, nas duas campanhas vitoriosas de Lula, em 2002 e 2006, quando artistas e intelectuais também declararam apoio ao petista.

A cantora Beth Carvalho manifestou seu apoio e chamou a plateia a cantar “Deixa a Dilma me levar, Dilma leva eu”, uma adaptação autorizada do samba composto por Serginho Meriti e cantado por Zeca Pagodinho.

O advogado Márcio Thomas Bastos, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ex-ministro da Justiça, disse que “Lula mudou o Brasil pela distribuição de renda e que Dilma representa a sequência desta mudança.

O economista João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Sem-Terra (MST), declarou que o governo Lula apoiou os trabalhadores. “Avançamos porque tivemos mudanças no governo e gente na rua para construir a sociedade mais justa e igualitária”, por isso “eleição é a festa da democracia”, proclamou.

A filósofa Marilena Chauí observou que “somos na nossa pluralidade e diversidade. Democracia é um regime temporalmente aberto ao surgimento de novos direitos. Denunciou que os `santinhos` distribuídos pelo candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e DEM são política e religiosamente obscenos”. E se disse feliz porque sua geração “viu um negro na presidência da África do Sul, um índio na Bolívia, um negro nos Estados Unidos, e um operário no Brasil. Agora chegou a hora de uma mulher na presidência do Brasil”.

No palco estavam cientistas sociais como Emir Sader, Jether Ramalho, Luiz Alberto Gómes de Souza, a filósofa Marilena Chauí, músicos como Alcione, Elba Ramalho, Wagner Tiso e Alceu Valença, atores como Paulo Betti, Antonio Grassi, Sérgio Mamberti, Hugo Carvana, Cristina Pereira e Antonio Pitanga, ministros como José Gomes Temporão, da Saúde, Nilcéia Freire, da Secretaria da Mulher e Juca Ferreira, da Cultura, os governadores Jacques Vagner, da Bahia, Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro e prefeito da cidade, Eduardo Paes.

Ao discursar no encerramento, a candidata disse que “sua geração aprendeu a sonhar o Brasil!”, explicando que “quem perde adquire grande capacidade de resistir! Por isso, tenho orgulho das minhas derrotas”. Disse a Chico Buarque, que quando esteve no presídio Tiradentes, ouvia a música “Apesar de você”, mas demorou dias, semanas, para entender quem era o “você”.

Quando chegou ao governo Lula, desenvolveu a consciência de que “a gente tinha que fazer”.

“No governo Lula, acabamos com três tabus e provamos que o Brasil pode crescer e distribuir renda, fato que nos distingue do adversário; que podemos lutar pela superação, de onde surgiu a frase ‘nunca antes na história desse país’; e que retomamos empresas estatais, valorizamos pessoas, criamos universidades e acabamos com a proibição de criar novas escolas técnicas”. E isso foi feito, insistiu, porque “esse povo agarra oportunidades com as mãos”, isso define o primeiro ponto do nosso programa: tirar as últimas 21 milhões de pessoas da miséria!

Sobre a campanha do submundo, movida pelo adversário, enfatizou que não destilamos ódio, mas somos o país da tolerância, por isso o Estado não será apropriado pela crença ou pela religião. E concluiu, dizendo que vai aprofundar as relações com a América Latina e a África, iniciada por Lula.

Observou que o governante pode ser o intelectual mais brilhante, mas se ele não tirar seu povo da miséria, não tem dele o respeito!, Agregou,ainda, que “mulher sabe governar, que fazer isso será honrar as milhões de mulheres desse país, e por isso quero ser a primeira presidente da República”, arrancando aplausos.  

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