Ainda que celibato não seja bíblico, Vaticano permite padres casados no Reino Unido

A decisão tomada pelo antigo Papa Bento XVI, é vista como uma manobra para atrair anglicanos insatisfeitos para a igreja católica.

Fonte: Guiame, com informações de G1Atualizado: terça-feira, 10 de fevereiro de 2015 às 14:18

 

Com quatro filhas e a esposa grávida, o ex-padre anglicano Robin Farrow está prestes a receber sua ordenação como padre católico – algo que é incomum na religião, que obriga o celibato a todos os sacerdotes.

Farrow faz parte de um novo grupo de padres anglicanos do Reino Unido que se converteram à Igreja Católica, sem a obrigação de adotar o celibato – uma decisão tomada pelo Papa Bento XVI, vista como uma manobra para atrair anglicanos insatisfeitos.

"Sei que muitos fiéis católicos podem estranhar a figura de um padre casado. Mas na minha paróquia eu tenho conversado com os fiéis há meses e recebi muitas palavras de apoio à minha situação. Estudei para uma vida religiosa desde os sete anos", conta Farrow, que atua em um país em que o catolicismo é minoria.

O celibato não é bíblico

Para o Vaticano, o celibato simboliza o triunfo do espírito sobre a carne. Imposto no século 12 , o argumento é apenas a dedicação total de um padre à Igreja. Pedro, considerado o primeiro papa da igreja católica, era casado – portanto, não poderia ser papa de acordo com a premissa.

De acordo com o teólogo o pastor Daniel Lopez, muitos católicos usam como argumento a vida do apóstolo Paulo, que conta sobre sua opção pelo celibato em 1 Coríntios 7:25-27.

“Esta passagem contém alguns detalhes dignos de observação. Vejam que Paulo afirma que, primeiramente, é de sua própria parte, e não de Deus, este conselho que dará, já que o mandamento de Deus é que deixe o homem seu pai e sua mãe e se una com uma mulher, formando com ela uma só carne”, conta em seu livro A Visão Bíblica do Catolicismo.

“Além disso, observem que este conselho está baseado na ‘angustiosa situação presente’: os cristãos, naquela época, sofriam constantes perseguições, o que impediria a manutenção de um lar com esposa e filhos”.

Ainda assim, Paulo declara no versículo seguinte: “se alguém casar, com isto não comete pecado”.

Daniel explica que o contexto histórico para a decisão do celibato na igreja católica é que o clero “tinha como meta impedir que o sacerdote deixasse herdeiros, não tendo desse modo, que dividir os bens da igreja com sua descendência.”

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